tag:blogger.com,1999:blog-343074762024-03-13T13:02:05.252-03:00AugereGregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.comBlogger616125tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-46471971428345898312016-06-28T23:37:00.001-03:002016-06-28T23:39:15.854-03:00“Escola sem partido”: imposição da mordaça aos educadores.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-Y0kiTLSTN_c/V3M0VzrF5GI/AAAAAAAAG0c/4FLNR-JD7y89SRQGhx97JeDhhn7CihcvgCLcB/s1600/escolasempartido1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://3.bp.blogspot.com/-Y0kiTLSTN_c/V3M0VzrF5GI/AAAAAAAAG0c/4FLNR-JD7y89SRQGhx97JeDhhn7CihcvgCLcB/s640/escolasempartido1.jpg" width="532" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large; line-height: 115%;">Gaudêncio Frigotto<a href="file:///C:/Users/Greg%C3%B3rio/Documents/Escola%20%20sem%20partido%20ou%20%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da%20morda%C3%A7a.%20%20Gaudencio.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> <span style="font-size: 10pt;"> </span></span>
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao cidadão atento e
preocupado com a educação no Brasil, especialmente a básica, poderá perceber um
processo de crescente desmanche do que a define pela Constituição Brasileira:
um direto social e subjetivo. Para metade
da juventude brasileira, em plena segunda década do Século XXI, nega-se a etapa
final da educação básica, o ensino médio e os que o alcançam o fazem em
condições precárias. Mutila-se, assim, a perspectiva de futuro tanto da
cidadania ativa quanto as possibilidades de integrarem-se ao mundo do trabalho
de forma qualificada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tão preocupante ou mais,
tem sido o processo de desqualificar a educação pública, único espaço que pode
atender ao direito universal da educação básica, pois o mundo privado é o mundo
do negócio. Esta desqualificação não foi inocente, pelo contrário, abriu o
caminho para a gestão privada ou com critérios privados da escola pública
mediante institutos privados, organizações sociais, etc. E, mais recentemente,
para se apropriar por dentro, com a anuência de grande parte dos governantes, da
definição do conteúdo, do método e da forma da escola pública. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Junto com esse processo
os “denominados especialistas” pela mídia empresarial de TV e revistas
semanais, veem sistematicamente desclassificando a formação e o trabalho
docente justificando o sequestro de sua função. Sem meias palavras, os docentes
são concebidos como entregadores dos conhecimentos definidos por agentes “competentes”
sob a orientação de bancos, associações e institutos empresariais. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os arautos e mentores
da “Escola Sem Partido” avançam num território que historicamente desembocou na
insanidade da intolerância e eliminação de seres humanos sob o nazismo, o
fascismo e similares. Uma proposta que é
absurda e letal pelo que manifesta e pelo que esconde<a href="file:///C:/Users/Greg%C3%B3rio/Documents/Escola%20%20sem%20partido%20ou%20%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da%20morda%C3%A7a.%20%20Gaudencio.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>. O que os projetos que circulam no Congresso
Nacional, em Câmaras Estaduais Municipais, em alguns casos como Alagoas já
aprovados, cuja matriz é a “Escola Sem Partido” liquidam a função docente no
que é mais profundo – além do ato de ensinar, a tarefa de educar. Na expressão
de Paulo Freire, não por acaso execrado pelos autores e seguidores da “Escola
Sem partido” - educar é ajudar aos jovens e aos adultos a “lerem o mundo”. Um
dos argumentos basilares da “Escola Sem Partido” é a tese da “Liberdade de Ensinar”.
O que se elimina e combate é justamente a liberdade de educar. O que era implícito desde a revolução
burguesa, instruir sim, ainda que de forma diferenciada, mas educar não, agora
é proclamado como programa de ação.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> O que propugna a “Escola sem Partido” e a proposta
que daí deriva constituem-se na esfinge que vai além do campo educacional. Uma
esfinge para a sociedade brasileira decifrar e combater, antes que ela nos
devore. Destaco aqui apenas alguns
aspectos desta esfinge.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao por entre aspas a
denominação de “Escola sem Partido” quer-se sublinhar que, ao contrário,
trata-se da defesa, por seus arautos, da escola do partido absoluto e único:
partido da intolerância com as diferentes ou antagônicas visões de mundo, de
conhecimento, de educação, de justiça, de liberdade; partido, portanto da
xenofobia nas suas diferentes facetas: de gênero, de etnia, da pobreza e dos
pobres, etc. Um partido, portanto que ameaça os fundamentos da liberdade e da
democracia liberal, mesmo que nos seus marcos limitados e mais formais que
reais. Um partido que dissemina o ódio, a intolerância e, no limite, conduz à
eliminação do diferente.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> Este é o lado mais voraz da esfinge. Vale aqui
transcrever um breve trecho da crônica <i>O
alarme</i> de Luiz Fernando Veríssimo escrito em 2014. Nela o autor alerta
sobre os sinais que rondam sobre nossas cabeças como o monólito observado pelos
astronautas no filme de Stanley Kubrick 2001: Uma Odisséia no Espaço. Veríssimo
se pergunta:<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i><span style="font-size: 10pt;">Ha</span></i><i><span style="font-size: 10pt;">veria um momento na vida das pessoas ou das sociedades em que
funcionaria um alarme parecido com o que alertou o Universo para a chegada dos
temíveis humanos, no filme. Pode-se especular sobre qual seria esse momento
para um judeu na Alemanha, nas primeiras manifestações do nazismo, por exemplo.
Seria a pregação racista do partido mesmo antes de assumir o poder? Seria o que
já se sabia do pensamento de Hitler e outros teóricos do fascismo? Qual o exato
instante em que este hipotético judeu se convenceu que era preciso fugir do
holocausto que se aproximava?</span></i><i><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i><span style="font-size: 10pt;">Para
muitos, o aviso nunca veio, ou veio tarde. Muitos não acreditaram que o nazismo
chegaria ao poder e depois aos seus excessos. E pagaram por não reconhecer o momento.
Demorou algum tempo para que o resto do mundo se desse conta do que estava
acontecendo na Alemanha nazista. O fascismo foi visto como um bem-vindo
antídoto para a ameaça comunista. Já havia perseguição a judeus e outras
minorias no país e a companhia Ford continuava fazendo negócios com a Alemanha
- e continuou a fazer negócios depois do começo da guerra. Henry Ford era um
notório antissemita, mas os produtores de Hollywood que desencorajavam críticas
ao regime de Hitler nos seus filmes para não perder o mercado alemão eram todos
judeus. Nenhum reconheceu o momento. Na falta de um sentinela para nos alertar
que os bárbaros estão tomando conta, resta confiar no nosso instinto<a href="file:///C:/Users/Greg%C3%B3rio/Documents/Escola%20%20sem%20partido%20ou%20%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da%20morda%C3%A7a.%20%20Gaudencio.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="line-height: 115%;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></span></i><i><span style="font-size: 12pt;">.</span></i><i><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nada mais explícito para o aviso
da “Escola Sem Partido” e da “Liberdade para Ensinar”. As esfinges mais vorazes
são aquelas que nos chegam pela incapacidade de vermos os sinais, pois elas se
escondem sob o manto ideológico de “liberdade”, da formação competente para a
competitividade e sucesso na vida dos negócios. Manto martelado pelos poderosos
meios de comunicação que fazem parte desta ideologia e passam a moer os
cérebros de pais, crianças e jovens e de corporações políticas contra a escola
pública e os docentes por não ensinarem o figurino que a “arte do bem ensinar” manda.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> A única leitura do mundo, da compreensão da
natureza das relações sociais que produzem a desigualdade, a miséria, os sem
trabalho, os sem teto, os sem terra, os sem direito à saúde e educação e das
questões de gênero, sexo, etnia, cabe aos “especialistas” autorizados, mas não
à professora e ao professor como educadores.
Decreta-se a idiotização dos docentes e dos alunos, autômatos humanos a
repetir conteúdos que o partido único, mas que se diz sem partido, autoriza a ensinar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No chão da escola, a esfinge da
“Escola sem Partido” e da “Liberdade para ensinar”, quebra o que define a
relação pedagógica e educativa: uma relação de confiança, de solidariedade, de
busca e de interpelação frente aos desafios de uma sociedade cuja promessa mais
clara, para as novas gerações, é de” vida provisória e em suspenso”. Esta
pedagogia de confiança e diálogo é substituída pelo estabelecimento de uma nova
função para alunos, pais, mães: <i>dedo-duro</i>.
Muito mais grave do que os vinte e um anos de ditadura civil-militar onde os <i>dedo-duro</i> eram profissionais.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">
Em 2000, dezesseis anos atrás, estive dando uma palestra na bucólica e
pequena cidade de </span><a href="http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiejJ_FysjNAhWEJCYKHR4cBm0QFggfMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.saoludgero.sc.gov.br%2F&usg=AFQjCNGnmXCHuU3sfhDfl0ErIkR-kSEG-w"><span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-decoration: none;">São
Ludgero em Santa Catarina. </span></a><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> Ano que
comemorava os quinhentos anos de
descobrimento do Brasil. Na parede estavam trabalhos de alunas e alunos da nona série e
um destes trabalhos de uma menina estampavam a seguinte frase: Q<i>uerem nos convencer que o Brasil foi descoberto em mil e quinhentos:</i> <i>que mentira, que vergonha! </i>Certamente<i> </i>teve<i> </i>um professor ou
professora de história que, por suas análises, lhes permitiu ver que este é o
discurso dos descobridores que consideravam os povos primevos (denominados por
eles de índios) não humanos e, portanto, embora aqui estivessem a milhões de
anos, sua história não existia. Quantos
pais e alunos seriam hoje incentivados a denunciar como aberração doutrinária desta
professora ou professor que ideologizou esta pobre menina inocente a dizer
tamanho absurdo! Qual seria a pena estipulada pela legislação da “Escola Sem
Partido” já aprovada em Alagoas para esta professora ou professor? Perda do concurso? Um ou dois anos de
reclusão? Haja cadeias, pois os docentes
do Brasil, em suas organizações científicas, culturais, sindicais e por franjas
de partidos políticos que atuam nos parlamentos proclamam: não somos idiotas,
esta mordaça não vingará, mesmo que a insanidade ou os que não percebem o
alarme da esfinge a constituam em lei.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Todavia, face à brutalidade desta
esfinge que paira sobre nossa sociedade vale reiterar a sinalização dada por Luiz
Fernando Veríssimo:</span><span style="line-height: 150%;"> </span><i><span style="line-height: 150%;">Na falta
de um sentinela para nos alertar que os bárbaros estão tomando conta, resta
confiar no nosso instinto.</span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"> </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br clear="all" />
</span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><a href="file:///C:/Users/Greg%C3%B3rio/Documents/Escola%20%20sem%20partido%20ou%20%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da%20morda%C3%A7a.%20%20Gaudencio.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; line-height: 24px; text-indent: 47.2667px;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> </span></span></span></span></span></a><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><a href="file:///C:/Users/Greg%C3%B3rio/Documents/Escola%20%20sem%20partido%20ou%20%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da%20morda%C3%A7a.%20%20Gaudencio.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="font-size: medium; line-height: 24px; text-indent: 47.2667px;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 15.3333px;">[1]</span></span></span></a><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: small; line-height: 24px; text-indent: 47.2667px;"> . </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: small; line-height: 24px; text-indent: 47.2667px;">Doutor em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor titular (aposentado) na Universidade Federal Fluminense. Atualmente professor no Programa de Pós Graduação em políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.</span></span></span></span></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><a href="file:///C:/Users/Greg%C3%B3rio/Documents/Escola%20%20sem%20partido%20ou%20%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da%20morda%C3%A7a.%20%20Gaudencio.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>. Para análises que aprofundam o
sentido manifesto e o que escondem os ideólogos da escola sem partido,
liberdade de aprender etc. o leitor poderá consultar os textos do professor Dr.
Fernando de Araújo Penna da Universidade Federal Fluminense em: site. anpuh<i>.</i>org<span style="font-size: 12pt;"> <o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><a href="file:///C:/Users/Greg%C3%B3rio/Documents/Escola%20%20sem%20partido%20ou%20%20imposi%C3%A7%C3%A3o%20da%20morda%C3%A7a.%20%20Gaudencio.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a> . Ver: Luiz Fernando Veríssimo.
O alarme. HTTP//cultura.estadão.com.br,
posta em 20 de Fevereiro de 2014 e retirado da internet em
27 de junho de 2016</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-66170508376571670252015-11-30T18:10:00.001-02:002015-11-30T18:10:17.205-02:00A extensão pode deixar a universidade com mais cara de Brasil.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-sjo9aWpWijE/VlytAXZF4OI/AAAAAAAAFgk/yCKUErkInaA/s1600/estensao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="396" src="http://4.bp.blogspot.com/-sjo9aWpWijE/VlytAXZF4OI/AAAAAAAAFgk/yCKUErkInaA/s640/estensao.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O papel subalterno dado a extensão universitária, diante de seus colegas ensino e pesquisa, reflete a elitizada formação das universidades brasileiras. A função social da universidade pública é oferecer respostas a problemas sociais concretos do seu entorno, o braço da extensão é o que melhor serve a esse propósito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No entanto, dentro do que é valorizado na carreira acadêmica hoje, os projetos de extensão são coadjuvantes, pouco valem em progressões profissionais, em concursos públicos, há pouco financiamento, há pouco reconhecimento e status social para quem se dedica a promoção da extensão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Tendo a publicação em periódicos especializados como o critério nuclear de classificação da carreira docente, estamos valorizando em especial que perfil de profissional? Que tipo de atividade laboral cotidiana?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estamos valorizando aqueles que ficam maior parte do seu tempo de trabalho sozinhos em frente ao seu computador, fazendo revisões bibliográficas, tabulando dados e, principalmente, adaptando seu trabalho as heterogenias normas das diversas revistas científicas. Estamos valorizando os que não querem mais dar aulas na graduação, os que não querem ocupar espaços de gestão ou burocráticos e usam seu tempo construindo estratégias, individuais ou em pequenos grupos, para publicar mais, pois esse é "caminho para o sucesso".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os artigos não devem ser valorizados? Mas eles são fruto de pesquisa empírica também? Claro que devem ser valorizados, a questão é porque chegamos a um patamar taxionômico em que o reconhecimento advêm basicamente de uma fonte, a publicação em periódicos específicos?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O tráfico de influência, o conflito de interesses e a baixa politica, tristes características da vida política do país, também são percebidas no meio acadêmico. O lobby dos periódicos conformam um mercado lucrativo (status que por consequência traz dividendos, financiamento, contratos, patrocínios, etc...).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Projetos de extensão, vinculados a pesquisa, deveriam ser prioridade no serviço público, nos concursos e nos critérios de progressão na carreira.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aqueles que se desafiam a propor melhorias reais para a vida das pessoas, que colocam a cara a tapa na sociedade civil, que visam popularizar o conhecimento e enfrentam interesses para qualificar políticas públicas deveriam ser extremamente valorizados, nem sempre o são. A meu ver esse seria um dever ético do meio acadêmico, da universidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sei que há lindas experiências extensionista no Brasil e que muitas instituições avançaram muito, mas ainda é muito pouco. As Ações afirmativas dão esperanças nesse sentido, até 2022 esperamos que o novo público que chega à universidade possa oxigenar a academia e empoderar a extensão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Enquanto pensarmos a pesquisa e a qualidade científica apenas pelo prisma da publicação (indexada ou não) estaremos reproduzindo relações de poder desiguais transplantadas da sociedade para o universo acadêmico. As áreas do conhecimento que têm maior proximidade com o capital (seja econômico ou de status) sempre deterão os espaços de prestígio, pois o sistema está e foi pensado com esse desiquilíbrio, desprezando critérios de equidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É preciso ter coragem política para romper com a dinâmica avaliativa aspecto técnico) e de reconhecimento (aspecto cultural/político), isso passa por pequenas mudanças normativas nas universidades e grandes mudanças, a nível nacional, nas políticas que tratam do ensino superior.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Gregório Grisa</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-26402168459394530152015-11-18T11:45:00.003-02:002015-11-18T11:45:23.482-02:00Rezar?<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Campanha depois dos atentados de sexta-feira foi #PrayForParis. Os terroristas dizem agir em nome do seu deus. Outra “hashtag“ é #prayforsiria , tudo girando em termos religiosos.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Preces, rezas, imensas bobagens ineficazes. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Criar símbolos de comoção que se pautam em hábitos religiosos é uma doença, sinal de que a política, a técnica, a ciência, a diplomacia e a inteligência perderam.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Coletividades inteiras se mobilizam em torno de uma asneira monumental que é a ideia de deus, a imaturidade bestial com que vivemos nossa espiritualidade é uma das razões do nosso imobilismo e da nossa impotência.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Friedrich Nietzsche estava errado, deus não morreu, ele nunca existiu, crenças infantis como essa tem de perder força, sob pena de seguirmos como uma civilização andando em círculos, vendo se repetir guerras, violência, ignorância e injustiça.</span>Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-50578992731431379272015-11-13T18:10:00.001-02:002015-11-13T18:10:54.172-02:00Pessoas merecem respeito, suas opiniões nem sempre. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-_8QPA-nwWQc/VkZDniCTkoI/AAAAAAAAFgQ/lFU1Z0MpG3c/s1600/memo%25CC%2581ria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://2.bp.blogspot.com/-_8QPA-nwWQc/VkZDniCTkoI/AAAAAAAAFgQ/lFU1Z0MpG3c/s640/memo%25CC%2581ria.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um discurso que sempre me inquietou foi o de que "todas opiniões devem ser respeitadas", respeito aqui entendido como aceitação de qualquer opinião, por mais estapafúrdia que ela seja. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse discurso, que me incomoda, é muito forte quando o tema é a crença religiosa ou política das pessoas. Lendo um texto do controverso filósofo Slavoj Zizek encontrei a seguinte passagem:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"O respeito às crenças dos outros como o valor maior só pode significar uma de duas coisas: Ou tratamos o outro de forma condescendente, evitando magoá-lo para não arruinar suas ilusões, ou adotamos a posição relativista de vários “regimes da verdade”, desqualificando como imposição violenta qualquer posição clara em relação à verdade".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eis o problema, não estou disposto a tratar o outro de forma condescendente e nem estou de acordo com o relativismo que aceita infindáveis "regimes de verdade". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, em uma palestra recente que assisti do filósofo espanhol Fernando Savater ele me ajudou a sair desse labirinto, do seu ponto de vista não existe bobagem maior do que dizer que todas as opiniões são respeitáveis. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Todas as pessoas é que são respeitáveis, tenham as opiniões que tiverem. Mas as opiniões em si não são respeitáveis. Se uma pessoa acredita que dois mais dois são cinco, não deve ser presa ou torturada por isso. Mas a opinião de que dois mais dois são cinco não é mais respeitável que a opinião de que dois mais dois são quatro."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Temos de nos acostumar a distinguir que a forma de respeitar as opiniões é discuti-las. Do latim, 'discutere' era puxar uma árvore para ver se tinha raízes fortes ou não. Quando alguém discute uma opinião, quer ver se ela tem raiz na realidade, ou se é algo superficial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A superstição que embasa os grandes preceitos do pensamento religioso e do criacionismo não é respeitável. A reprodução do senso-comum que sustenta as pautas reacionárias conduzidas pelo Congresso Nacional mais conservador da era moderna não é respeitável. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A superficialidade política que alimenta o sentimento punitivo, o preconceito e a criminalização dos movimentos sociais e da população pobre não é respeitável.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Fazer a didática separação entre a pessoa e suas opiniões é muito importante para que o debate público se aprimore, para que a onda de burrice raivosa (como dizem Eliane Brum e Marcia Tiburi) que vivemos seja combatida, para que não troquemos o debate essencial e necessário pelo contingente. </span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-87634056713425478502015-10-22T19:26:00.003-02:002015-10-22T19:38:51.387-02:00Doença lucrativa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-3m0aqucjLno/VilUlHFb1KI/AAAAAAAAFgA/tGFi_bIqanc/s1600/images%2B%25284%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="448" src="http://4.bp.blogspot.com/-3m0aqucjLno/VilUlHFb1KI/AAAAAAAAFgA/tGFi_bIqanc/s640/images%2B%25284%2529.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 5% da população mundial sofre de depressão. No Brasil teríamos 10% da população depressiva, o dobro da média mundial e acima de países como EUA (7%) e França (8%). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) trás dados de que entre 2006 e 2010 18,45 milhões de caixas de antidepressivos foram vendidas no Brasil, um significativo aumento de 36% em relação ao período anterior.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Rivotril (antidepressivo) foi o segundo medicamento mais consumido no país nos últimos 2 anos, perdendo apenas para um anticoncepcional distribuído pelo SUS. O remédio faixa preta foi mais consumido do que paracetamol e pomadas para assadura, por exemplo. Dados da IMS Health consultoria.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse processo é acompanhado por um boom de diagnósticos de depressão, bastante atrelado ao imperativo da felicidade permanente que vivemos. Hoje ou somos empreendedores de si mesmos, performáticos em nossas relações sociais, ou fugimos da curva, da "normalidade" de comportamento. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os interesses da indústria farmacêutica, que patrocina inúmeros eventos de psiquiatria que debatem sintomas e diagnósticos de depressão (para os quais oferece solução), somados a esse cenário que vincula a felicidade a uma euforia estendida, em geral, ligada ao consumo, conformam a parceria perfeita no capitalismo contemporâneo. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A depressão é uma doença existente e grave, porém, a proporção exponencial com que seu diagnóstico vem crescendo, pari passo ao aumento do consumo de antidepressivos, nos faz indagar por que em outros períodos históricos seus sintomas eram menos agressivos ou tratados de outra forma que não química?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Enquanto buscarmos coletivamente um padrão homogênico de performance social e termos como modelo de felicidade o padrão de consumo estadunidense marcado pelo prazer imediato a qualquer custo, seremos uma sociedade cada vez mais doente, e, por consequência, cada vez mais medicada em razão das frustrações probabilisticamente óbvias, pois não há lugar no "sucesso e na felicidade" para todos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A indústria farmacêutica e muitos médicos que enriquecem junto com essa epidemia de medicalização que vivemos agradecem. Precisamos de mais literatura, poesia, arte, filosofia e tempo para fruição e menos Rivotril, Prozac e assemelhados.</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-1127477499232534972015-09-27T22:07:00.000-03:002016-08-19T19:42:09.064-03:00Dilemas da Educação<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Venho participando de fóruns sobre os dilemas educacionais do país há alguns anos. Muitas pessoas bem intencionadas ventilam a ideia de que são necessárias mudanças metodológicas, curriculares, legais e pedagógicas para "melhorar a qualidade da educação".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-ERNM6dMN-XU/VgiSsL0hnPI/AAAAAAAAFfk/gJuj6u9JJNs/s1600/site-dados-escolas-publicas-maranhao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="354" src="https://3.bp.blogspot.com/-ERNM6dMN-XU/VgiSsL0hnPI/AAAAAAAAFfk/gJuj6u9JJNs/s640/site-dados-escolas-publicas-maranhao.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Não há dúvidas que essas mudanças são importantes, o debate da base nacional comum, da reforma do ensino médio, das ferramentas de avaliação, da formação docente e outros sempre serão parte da vida de quem trabalha com educação e com escola.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Porém, tenho me convencido cada vez mais que a escola e a educação sozinhas não conseguirão dar o salto qualitativo que precisamos, elas por si só não são capazes de mexer no estrutural, no sistêmico. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A melhoria da qualidade da educação acontecerá na medida em que o país melhore a qualidade de vida da sua população, os problemas vividos na escola (violência, apatia, falta de perspectiva, etc) são problemas sociais. Enquanto a valorização da educação não transitar do discurso para a materialidade, com um aumento exponencial dos recursos para área muitos debates serão vãos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">De algum lugar os recursos terão de vir, alguns setores terão de ser enfrentados, os lucros dos muito ricos tem de ser taxados, a dívida pública tem de passar por auditoria e a sonegação e evasão fiscal precisam ser atacadas verticalmente. Essas medidas devem trazer recursos para a educação pública e não drená-los apenas para o setor privado de ensino (FIES, PROUNI, PRONATEC).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Enquanto optarmos por pagar juros ao invés de investir em educação debateremos sobre o "ovo de Colombo" ou estaremos condenados a viver o mito de Sísifo* em nossos debates da área.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">*Sísifo desafiou os deuses; quando capturado sofreu uma punição: para toda eternidade, ele teria de empurrar uma pedra de uma montanha até o topo; a pedra então rolaria para baixo e ele novamente teria que começar tudo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Gregório Grisa </span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-61184418576881375172015-08-24T13:41:00.001-03:002015-08-24T13:42:31.051-03:00E nossos valores?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-eZNZBcQFiu8/VdtI50AcudI/AAAAAAAAAoU/trP9JRcgoHE/s1600/2015-05-27-Almoco-do-Trolha-Julio-Pomar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="522" src="http://1.bp.blogspot.com/-eZNZBcQFiu8/VdtI50AcudI/AAAAAAAAAoU/trP9JRcgoHE/s640/2015-05-27-Almoco-do-Trolha-Julio-Pomar.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um sistema político e econômico débil como o nosso só pode produzir um sistema de valores com graves distúrbios.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Convivemos com uma crise de valores aguda, acreditamos e reproduzimos como verdades naturais as construções sócio-históricas de uma classe dirigente que lucra com a doença, com o desmatamento, com o crime, com as guerras e com o desespero e o endividamento alheio.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não temos tempo para pensar, ainda mais pensar sobre essas coisas, temos que "ganhar a vida", correr, dar um jeito de ganhar mais e gastar menos, por vezes, não importando o que se faça para alcançar esses objetivos.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estamos imersos em um arcabouço de valores tão esquizofrênicos que compramos teses dos que nos fizeram chegar a esse situação, culpabilizamos e julgamos os oprimidos, (vagabundo, preguiçoso, violento), nos portamos intolerantes diante do diferente (vide Europa hoje) e consumimos acriticamente na época do apogeu da obsolescência programada.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Igrejas lucrando com a promoção do ódio e do preconceito, escolas formando sujeitos repetitivos e obedientes, universidades públicas prestando serviços à empresas, economia dependente de setores que não fazem nenhuma "economia" dos recursos naturais e são reconhecidos poluidores, industria cultural apostando na simplificação e na mediocridade.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 17.5636348724365px; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">Assim, às avessas, nossos valores engrossam a trincheira da desumanização, por isso nunca foi tão urgente refletir sobre os valores que orientam nossas práticas profissionais, nossas relações pessoais e nossas escolhas políticas.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 17.5636348724365px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 17.5636348724365px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Gregório Grisa</span></div>
</div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-79532083187885548062015-08-21T15:38:00.003-03:002015-08-21T15:38:25.516-03:00De carona no senso-comum<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-70CvfEZqiMI/Vddv8x5N1LI/AAAAAAAAAoE/v_B5XPnyL7k/s1600/11229284_885652414816256_1565559266351011868_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://1.bp.blogspot.com/-70CvfEZqiMI/Vddv8x5N1LI/AAAAAAAAAoE/v_B5XPnyL7k/s640/11229284_885652414816256_1565559266351011868_n.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">A direita programática historicamente sempre demonstrou notável habilidade em se apoiar no senso-comum, em se utilizar dele como ferramenta de manutenção de seus privilégios e de seu lugar hegemônico.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se apoiar no senso-comum é uma estratégia com grande potencial de sucesso em uma sociedade passional e despolitizada como a brasileira. A experiência política e democrática da população brasileira é pequena e frágil.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A esquerda, ao contrário, tem enorme dificuldade de partir d<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">o senso-comum para levar suas pautas a um conjunto maior de pessoas. Historicamente a esquerda avalia como antiética essa prática, seria "usar o povo como massa de manobra". O discurso de esquerda, dotado de linguagem sociológica e economicamente refinada, restringe o alcance a grandes maiorias e preserva certa pureza às chamadas "vanguardas" (há quem se orgulhe dessa exclusividade).</span></span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 17.5636348724365px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><div style="margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
A direita se aproveita de ondas de insatisfação e compra seus discursos fáceis para disseminar interesses subterrâneos e mais elaborados. A corrupção é um exemplo de pauta assimilada pela direita como cobertor semântico e moral para levar a diante seu projeto conservador.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Outro exemplo vivo de oportuna utilização do senso-comum pela direita é a crença transversalmente incutida nas classes médias brasileiras de que o atual governo federal é de esquerda. Pessoas saem as ruas para reclamar de um governo comunista e de esquerda sem nenhum constrangimento. Ou seja, a despolitização e o senso-comum inviabilizam as pessoas de perceber que, na prática, o governo atual é neoliberal conservador, vide suas ações concretas e alianças.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
A insatisfação difusa e alienada é utilizada pela direita mais reacionária como bandeira anti uma suposta "esquerda corrupta", no fundo a direita sabe das vantagens que esse governo lhe garante, mas quer impor suas pautas no âmbito dos costumes e acelerar o processo privatizante já em curso, mas em ritmo moderado.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
A incapacidade do cidadão médio brasileiro de diferenciar o PT e o governo do pensamento e ações de uma esquerda orgânica é o meio pelo qual a direita fortalece seus valores, isto é, com base na manutenção do senso-comum e da alienação é que a direita prospera e não com base na superação desses estágios limitados da consciência humana.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Ser contra o atual governo e contra o impeachment, por exemplo, são posições incompreensíveis para senso-comum de pensamento binário, assim como ser de esquerda e ser contra o governo e o PT. Enquanto as pessoas não vislumbrarem a complexidade da política em suas múltiplas dimensões, servirão de joguete para uma direita que escolhe cada palavra, cada termo e cada enunciado para montar no cavalo da insatisfação coletiva e cavalgar na despolitização.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Gregório Grisa</div>
</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-11768210031413370002015-08-17T19:56:00.004-03:002015-08-17T20:11:02.709-03:00Nem governo, nem direita<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-Ljg18e8u1A0/VdJmf0rzDgI/AAAAAAAAAn0/Hitfs3SybAg/s1600/Wilson-Tib%25C3%25A9rio3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="430" src="http://3.bp.blogspot.com/-Ljg18e8u1A0/VdJmf0rzDgI/AAAAAAAAAn0/Hitfs3SybAg/s640/Wilson-Tib%25C3%25A9rio3.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Obra de Wilson Tibério</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nem governo, nem a direita que se expõs na rua dia 16/08. Respeito os que irão às ruas dia 20/08, movimentos sociais populares que questionam o ajuste fiscal, mas que acreditam e defendem o governo em alguma medida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Apesar de respeitar não me vejo em um ato em defesa de um governo indefensável. Infelizmente a dicotomia anti governo e pró governo é a que ficará no imaginário das pessoas, embora a realidade seja bem mais complexa que esse pensamento binário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse é um momento que demanda estudo das minúcias políticas, das relações de poder estabelecidas e das ideologias em jogo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aqueles movimentos com inspiração de esquerda que vão às ruas dia 20/08, como a UNE, o MST, o MTST e outros, não podem cair na armadilha de comemorar o fracasso do golpe, de lutar contra "coxinhas".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A esquerda não pode ter sua agenda circunscrita à defesa da institucionalidade. Essa defesa só é coerente porque a interrupção do mandato de Dilma, injustificada juridicamente até então, levaria, obviamente, a um quadro de retrocesso e não de avanços, tendo em vista o atual congresso e a composição da chapa com Michel Temer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os que foram para rua domingo deveriam estar defendendo o governo, pois esse vem aplicando as principais pautas do empresariado conservador. Não o fazem por preconceito de classe, despolitização e ignorância.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O governo vem fazendo de tudo para agradar os setores que foram às ruas dia 16/08 ao invés de enfrentá-los. A tosquice dessas pessoas vestidas de verde e amarelo chama mais atenção do que a razão para o naufrágio do governo, qual seja, adotar o receituário econômico daquele que essa elite queria ter eleito.</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-13590273209445433462015-08-04T16:29:00.000-03:002015-08-04T17:42:40.299-03:00Crise para quem?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-w8gNlV6bmpI/VcESf-0ljvI/AAAAAAAAAng/k9jMZkM30-s/s1600/11825137_504076063079764_6133696601752618447_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/-w8gNlV6bmpI/VcESf-0ljvI/AAAAAAAAAng/k9jMZkM30-s/s640/11825137_504076063079764_6133696601752618447_n.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">O Brasil vive uma crise econômica, abundam as reportagens diárias afirmando isso. A indústria vai mal, a União corta gastos em todas áreas para gerar superávit primário a fim de pagar juros da dívida, o RS parcela salários do funcionalismo argumentando não ter alternativas (embora haja). </span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;"><br /></span></span>
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">Todavia, há duas notícias nos últimos dias que provam que a crise não toca a todos. O Bradesco comprou o HSBC Brasil por um pouco mais de 5 bilhões de dólares. O mesmo banco anunciou o maior lucro trimestral da história, 20% maior quando comparado com o mesmo período do ano passado. </span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;"><br /></span></span>
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">A outra notícia é o lucro trimestral do ITAÚ, mais um record. Quanto maior é a Taxa Básica de Juros (Selic) maior são os lucros dos bancos, grandes detentores dos papéis da dívida pública. Governo Dilma vem garantindo tais lucros por opção. </span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;"><br /></span></span>
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">Nenhuma voz da mídia corporativa se levanta contra o absurdo moral e econômico que representam esses lucros dos bancos em uma sociedade desigual. Ao contrário, noticiam entusiasmados o fato. </span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;"><br /></span></span>
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">Os muito preocupados com as condutas pessoais, que atribuem os grandes males da nação a alguns desvios éticos individuais não questionam o funcionamento do sistema, da estrutura produtora de desigualdades. </span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;"><br /></span></span>
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">Vivemos em um mundo doente em que a crise da maioria é profícua para bancos e rentistas. Somos reféns de instituições financeiras que orquestram a política econômica do país visando seus próprios benefícios ao capturar o Estado via, em grande medida, do financiamento do sistema político e do fortalecimento do sistema da dívida.</span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;"><br /></span></span>
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">O funcionalismo público, os trabalhadores assaliarados que produzem a riqueza material da sociedade, os trabalhadores informais e os aposentados pagam a conta da crise e os imorais lucros dos bancos e especuladores. </span></span><br />
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;"><br /></span></span>
<span style="color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 17.5636348724365px;">A ruptura com essa lógica tem de ser radical, não há conciliação possível quando os direitos fundamentais da maioria da população são desrespeitados.</span></span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 17.5636348724365px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Gregório Grisa</div>
</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-29369895893627172302015-08-02T19:08:00.000-03:002015-08-02T19:08:19.340-03:00Sobre as velhas receitas<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há uma relação equivocada entre privatização e enxugamento do estado com correção das contas públicas e diminuição da dívida.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem conhece a dinâmica de funcionamento das finanças do estado, as fragilidades do pacto federativo e principalmente a história sabe que a relação acima é falsa.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Analisando o aumento da dívida nos sucessivos governos do RS se verifica que aquele que mais privatizou, o governo Brito, foi de longe o que mais aumento a dívida pública (122%) na era d<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">emocrática.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-QZ_wE2XkMg8/Vb6Uo9R9PrI/AAAAAAAAAnM/LN_AZ5gOhv4/s1600/foto_mat_29365.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="344" src="http://1.bp.blogspot.com/-QZ_wE2XkMg8/Vb6Uo9R9PrI/AAAAAAAAAnM/LN_AZ5gOhv4/s640/foto_mat_29365.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br /></span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17.5636348724365px;">Esse aumento é cinco vezes maior do que qualquer outro governo recente, ou seja, a venda de patrimônio público, a revisão de direitos dos servidores, como em planos de demissão feitos a época, só ampliaram o rombo das contas públicas e não o contrário.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 17.5636348724365px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
O absurdo é que mesmo diante de tal obviedade convivemos com a proposição dessas mesmas receitas, vindas tanto do monopólio midiático representado pela RBS e do empresariado conservador como do atual governo obediente e representante dessa elite local.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
São ações opostas a essas que movimentam e economia e criam um ambiente favorável para pedir o "esforço da população". Ampliando o investimento nos serviços públicos, fortalecendo os laços nacionais e internacionais com potencial de investimento, engendrado projetos qualificados para buscar recursos na esfera federal e fomentando pequenos e médios negócios.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
A política de dar isenções para os grandes e cortar na carne de quem vive do trabalho e do funcionalismo é desumana, reacionária e alimenta a crise já instalada por fatores externos e conjunturais.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
O governo Sartori pode ser explosivo, pois é a soma de um pensamento atrasado e elitista com um contexto que pode justificar medidas catastróficas para o estado, quiçá medidas mais deletérias que as do governo Brito. Judicialização conhecida da época (Lei Brito), que ampliou a dívida e retirou direitos tende a ser reeditada em outras escalas.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Gregório Grisa</div>
</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-17714505548234988952015-07-31T11:41:00.000-03:002015-08-02T19:03:06.611-03:00O perigo do não projeto<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sartori tem uma vantagem em relação a Dilma, não fez estelionato eleitoral. Enquanto Dilma feriu seu discurso e suas propostas dando a condução da política econômica do país para um membro do setor financeiro, para um tucano puro, com isso assumindo a agenda do PSDB e da direita, Sartori está fazendo o que propôs em campanha, isto é, nada.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-TadGU-GTk4g/VbuPrjy__wI/AAAAAAAAAm4/ZgPwUQxuU5Q/s1600/20150421-governo-sartori-100-dias.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="432" src="http://4.bp.blogspot.com/-TadGU-GTk4g/VbuPrjy__wI/AAAAAAAAAm4/ZgPwUQxuU5Q/s640/20150421-governo-sartori-100-dias.gif" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Porém, Sartori, que é boa pessoa, mas não tem a menor condição técnica e intelectual para dirigir um estado, está cumprindo sua promessa <span class="text_exposed_show" style="display: inline;">de forma bisonha, porque está conseguindo fazer coisas piores do que não fazer nada.</span></span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 17.5636348724365px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Dilma em seis meses fez o Brasil chegar no topo do ranking dos juros mundiais, fez isso com a justificativa de controlar a inflação. A estratégia não vem dando certo, pois a inflação é puxada em grande parte por fatores (energia, gasolina, alimentos) que não são diretamente tocados pelo aumento da Taxa Selic, esses são preços controlados ou pelo governo ou por uma cadeia complexa que envolve o clima, por exemplo. Os grandes bancos e corporações agradecem cotidianamente os juros nas nuvens, já quem deseja a casa própria, um ar condicionado ou uma geladeira adia seu modesto sonho.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Sartori descumpre várias decisões judiciais e parcela os já baixos salários dos servidores do Estado. Isso tende a provocar mais ações judiciais em que o estado irá perder, com isso a dívida ativa deve aumentar. Além de ilegal, imoral, irresponsável o parcelamento é uma medida de ajuste pouco inteligente para usar um eufemismo.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Nas eleições era evidente a diferença entre Tarso e Sartori em termos de projeto, critiquei em inúmeros aspectos o governo petista no RS, mas lendo o parecer do Tribunal de Contas que aprovou as contas de 2014 de Tarso fica nítido que é possível outro modo de gerir as contas públicas. Tarso fez saques constantes no caixa único e financiamentos externos, foi o governo que mais investiu <span style="line-height: 17.5636348724365px;">na história do estado</span><span style="line-height: 17.5636348724365px;"> em saúde, educação, infraestrutura e deu reajustes para os servidores, além disso, nunca se ouvir falar na hipótese de parcelamento dos salários.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
A população pode dizer que foi enganada por Dilma, pelo menos diante desses primeiros meses de governo, mas os gaúchos não foram enganados por Sartori, a população escolheu uma frasco vazio, uma não proposta. E aqueles mais conscientes que votaram no gringo escolheram a fórmula histórica de governar do PMDB, de Britto, Rigotto e inclusive do terrível governo Yeda, do qual o partido era forte base de sustentação.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
O não pagamento correto do funcionalismo e a plena incompetência na gerência das políticas públicas sob responsabilidade do estado são razões suficientes para uma greve geral, para um sério questionamento de um governo até então bizarro técnica e politicamente.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
Gregório Grisa</div>
</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-84667854362269506612015-07-23T12:59:00.002-03:002015-07-23T13:01:18.871-03:00Fracasso do ajuste fiscal<span style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">Política de ajuste fiscal encampada por Joaquim Levy é desastrosa. A dívida pública se elevou nesses últimos seis meses, os aumentos progressivos da Taxa Básica de Juros (Selic) da economia, sob justificativa de controle da inflação, se mostraram ineficazes e drenam os recursos públicos para os detentores dos títulos da dívida.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-nz7UOKFo1Q8/VbEPCkX287I/AAAAAAAAAmk/5PWzE_DtXZE/s1600/crise.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://1.bp.blogspot.com/-nz7UOKFo1Q8/VbEPCkX287I/AAAAAAAAAmk/5PWzE_DtXZE/s640/crise.jpg" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há cortes nos recursos de áreas básicas e políticas sociais e se forram os bolsos de especuladores os pagando juros sobre juros. Na verdade não há cortes reais, mas se tira de um lado para garantir a remuneração do outro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ajustes fiscais de radical perfil neoliberal como esse não produziram resultado positivo na Argentina, no Chile e no Brasil na década de noventa, não deram certo na Espanha, em Portugal, Itália e, principalmente, na Grécia nos últimos dez anos. Em gestões estaduais, tal modelo de gerir o estado sangrou direitos e humilhou populações no governo Britto e Yeda no RS, quebrou o Parana em gestões do PSDB, afora os governos de norte e nordeste pautados no coronelismo liberal. Governo Sartori, em flagrante incapacidade de gestão e alheio a qualquer inovação possível, segui a mesma receita anti-popular.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O economês de Levy endossado pela grande imprensa representa a voz dos que realmente governam o país, os senhores do chamado mercado financeiro. Inflação alta e desemprego crescente são dados concretos, as medidas do ex-diretor do Bradesco não atacam esses problemas, pelo contrário, os tornaram mais agudos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Passados alguns meses ou até anos, com a reorganização da economia impulsionada pela revisão do padrão de acumulação nacional e não pelo ajuste que ora vigora, os economistas da Globo News, colegas de Levy, irão dizer: "viram como o ajuste fiscal e o aumento de juros foi providencial".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A história de repete como farsa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Gregório Grisa</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-26054756232349367512015-06-17T17:44:00.003-03:002015-08-05T00:01:46.656-03:00Quando o individualismo nos cega: sobre o necessário debate da maioridade penal.<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A passionalidade/raiva produzida por uma experiência pessoal ou de um conhecido faz com que as pessoas sejam a favor da redução da maioridade penal. Sintoma clássico de uma sociedade doente. O individualismo exacerbado faz com que nossa visão vá até a imediata ameaça, até o instantâneo evento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Formamos nossa posição acerca de um tema multidimensional, de interesse coletivo, de impacto universalizante (Lei que atinge todos) com base em fenômenos isolados.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-EXjfrDo2zE0/VYHcCeKELTI/AAAAAAAAAmA/lvJLBMdt-2U/s1600/lasar-segall-morro-vermelho-1926.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-EXjfrDo2zE0/VYHcCeKELTI/AAAAAAAAAmA/lvJLBMdt-2U/s400/lasar-segall-morro-vermelho-1926.jpg" width="322" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: small; line-height: 19.3199996948242px; text-align: left;">Morro Vermelho (1926) de Lasar Segall.</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os números precisos de delitos cometidos por menores de 16 a 18 anos foram divulgados por Nota Técnica do Ipea Instituto de Pesquisa em 16/06/14. Imputar aos jovens a condenação de serem encarcerados com os adultos é fazer virar regra o anseio punitivo direcionado a exceção. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seu filho, neto, sobrinho, vizinho adolescente, os jovens das escolas públicas e privadas que cometerem algum deslize como furto e comercialização de drogas, atividades comuns em sociedade desiguais e proibicionistas, irão parar em cadeias deploráveis que negam a dignidade mínima ao ser humano?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Somente a miopia raivosa e individualista que não enxerga a engrenagem complexa da violência em nossa sociedade pode dar razão a uma ideia como a redução da maioridade penal, tal medida não contem nenhuma garantia de direitos, apenas agudiza a já praticada criminalização da juventude pobre e negra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse assunto merece a exaustão do debate, do estudo, da conversa. É o futuro de gerações que está em jogo e com ele o do país.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Gregório Grisa</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-37766450076348218532015-06-01T19:52:00.004-03:002015-08-05T00:02:25.344-03:00O mito da neutralidade<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">De coxinha não me chamaram ainda, de Ptralha já. Para uns sou comunista ortodoxo, para outros socialista de boutique. Meio de esquerda meio pelego. Confusões.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Diante dessa variedade taxionômica, seria eu um ser político neutro? Não.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 19.3199996948242px;">
<div style="margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desconsidero os que se mostram sempre "isentos", "neutros". Assim como faço com os donos da verdade e sectários imutáveis.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na sanha vã de parecer neutro é que reside a mais radical das definições, a pelo dominante. Em uma sociedade desigual há de se ter lado.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A neutralidade, na ciência ou na política, é uma evidência de fraqueza tão grande quanto a certeza "absoluta".</span></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ZsQP0LIG1rs/VWziCSF46mI/AAAAAAAAAlw/1KfepRE9fOY/s1600/Giorgio%2Bde%2BChirico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="267" src="http://2.bp.blogspot.com/-ZsQP0LIG1rs/VWziCSF46mI/AAAAAAAAAlw/1KfepRE9fOY/s400/Giorgio%2Bde%2BChirico.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: #cccccc; font-stretch: normal; margin: 0px; position: relative; text-align: start;">
<span style="color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: small;">O trabalhador Fatigado - por Giorgio de Chirico </span></span></h3>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não tomar partido é tomar partido. Max Weber teria dito que "o neutro já optou pelo mais forte".</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Professores que tenham posicionamento politico não são necessariamente sonegadores de perspectivas outras, seu papel é também desenvolver senso crítico e não apenas ditar enciclopédias. Já professores que se dizem "neutros" não irão ofertar aos alunos aquilo que consideram "politicagem", irão estigmatizar o "desviante", poucos desses serão lembrados.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A neutralidade pedagógica ou política é a postura que reproduz o status quo, que naturaliza as mazelas social e culturalmente desenvolvidas.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O professor que sofre as agruras da profissão, que experiencia as concretas dificuldades de alunos e colegas, que vive a dor das desigualdades no dia a dia deve ser neutro? A quem isso interessa?</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em um tempo que pede compromisso e mudanças não há espaço para neutralidade.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A censura se diz neutra, os que denunciam "doutrinação de professores esquerdistas" acham que são neutros. Viver a docência em escolas públicas no Brasil e não lutar e não se posicionar é uma contradição pedagógica e política.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">As injustiças e desigualdades sociais não serão superadas pelos neutros, pelos que lavam as mãos na mais cômoda das posturas, pois nada é responsabilidade deles e nem será.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A neutralidade é mais um mito que ganhou força real. "Los mitos que se creen tienden a convertirse en realidad." George Orwell.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os "neutros moderados" de hoje são os que estão instituindo uma vasta pauta de retrocessos: Anti-Reforma Política, Redução da maioridade penal, projeto de "escola sem partido", revisão do estatuto do desarmamento etc...</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Curiosamente o grupo político que reivindica a neutralidade é o que acredita que o neoliberalismo é uma saída científica, que a sociedade é um composto de decisões individuais e que o mérito é um critério justo de classificação de status e lugar na pirâmide social.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O bom e aceito valor da neutralidade como justificativa para a manutenção das hierarquias sociais estabelecidas.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há uma grande confusão no mundo educacional e fora dele, entre objetividade e neutralidade. A primeira é quase sempre recomendável e possível, a segunda é inviável, não há conhecimento sem interesse, sem política.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<br />Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-71879065660135852332015-05-24T21:56:00.001-03:002015-05-26T18:51:47.209-03:00Triangulação fantasiosa<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A oposição ao PT, que ganhou força nas redes e nas ruas, por inúmeras razões coerentes e fundadas é distinta do antipetismo, cujas bases são presunções insensatas, preconceito de classe e devaneios anti-esquerdistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Trato aqui apenas do antipetismo, há uma triangulação naturalizada no debate político atual alimentada pelo antipestismo: esquerda, corrupção e autoritarismo. A esquerda, o “vermelho”, “os comunistas” são defensores de ditaduras, querem coibir a liberdade de expressão, e são os grandes protagonistas da corrupção. É a nova versão do mantra: “comunistas comem criancinhas” em que muitos ainda acreditam, principalmente em igrejas evangélicas charlatãs.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O antipetismo é a união da alienação com o ódio político, uma crença ingênua de que eliminando um partido ou o tirando do poder os problemas de corrupção e de gestão teriam fim. Que ótimo se fosse assim, mas não é. A derrocada política do PT e moral de alguns de seus filiados se deve, em grande medida, ao seu afastamento das bandeiras e condutas da esquerda. Foi a adaptação do PT às práticas e regras de um sistema historicamente controlado pela direita que o fez corrupto e não o contrário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-i6FXl8VRpLo/VWJzA_xbL5I/AAAAAAAAAlg/wqGzKs5qFkE/s1600/cartoon-brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="350" src="http://1.bp.blogspot.com/-i6FXl8VRpLo/VWJzA_xbL5I/AAAAAAAAAlg/wqGzKs5qFkE/s400/cartoon-brasil.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vítor Teixeira</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem controla a sociedade brasileira desde a colonização? A ordem política do nosso capitalismo tardio de economia dependente é comandada por quais seguimentos da sociedade? Por oligarquias agrárias, industriais, comerciais, midiáticas e financeiras, todas elas com traços essenciais do pensamento de direita em seu repertório político e cultural. Tanto é que mesmo com a chegada do PT ao governo tal hierarquia econômica não se alterou, nem no âmbito político, ou Joaquim Levy, Kátia Abreu e Gilberto Kassab, todos em ministérios estratégicos, são de esquerda?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Portanto, a triangulação falsa, feita em abundância na internet, entre esquerda, ditaduras e corrupção, criada com base na experiência de um partido (PT) ou de parte dele, é uma fábula do contrário. Isto é, em função de uma interpretação invertida do que representa hoje o PT se atribui a esquerda (mosaico de pensamento heterogêneo) práticas e condutas que sempre foram marcas da direita. O capitalismo é um modo de produção que divide a sociedade em classes, não foi o PT que inventou tal separação, as celeumas fulcrais dessa sociedade, como a corrupção e as desigualdades, são responsabilidade de quem é hegemônico no sistema capitalista desde sua gestação, ou seja, as classes dirigentes historicamente de direita e conservadoras.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Engendrar uma oposição séria e programática ao PT e ao seu saturado projeto de coalizão é necessário. O socialismo é uma eterna reinvenção, comparar experiências de outros países com outras culturas, geografias, climas, sistemas e histórias, a fim de buscar receituários é uma grosseria sociológica e perda de tempo. O Ecosocialismo é projeto de humanização e combate as desigualdades, preconceitos e injustiças sociais. Não há receita, é uma construção processual, histórica, tensionada, orgânica e espiral.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Conjugar liberdades (individuais e coletivas) com equidade social é o desafio do horizonte, por isso o socialismo é um projeto antagônico ao capitalismo defendido pelos liberais, há de se inventar uma organização social que supere a que vivemos; tão problemática, excludente e nociva para a imensa maioria da humanidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sem a participação e contribuição dos povos originários e das camadas populares qualquer projeto societário, por mais bem intencionado que seja, morre de inanição, se torna obra de gabinete. Nosso desafio é fazer o encontro, traçar uma alternativa popular para o Brasil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Gregório Grisa</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-10375650638855523102015-05-23T02:43:00.002-03:002015-05-23T12:52:34.742-03:00Quimeras de direita e desafios de esquerda<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vamos pensar...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os cortes anunciados pelo governo de R$ 69,9 bilhões, que afetam todas as áreas e programas, inclusive a saúde e educação; o pacote de ajuste enviado ao Congresso que mexe no seguro desemprego, abono salarial e outros direitos; e os aumentos regulares dos juros através da elevação da taxa Selic configuram o estofo claro de um projeto econômico neoliberal, quem já leu um almanaque simples de economia ou ciência política sabe disso. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-xCGSOhfMr1I/VWATS4-M6FI/AAAAAAAAAlQ/xwJeEMocFLM/s1600/The-Emergence-of-a-New-Asset-Class.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="354" src="http://1.bp.blogspot.com/-xCGSOhfMr1I/VWATS4-M6FI/AAAAAAAAAlQ/xwJeEMocFLM/s640/The-Emergence-of-a-New-Asset-Class.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pintura de Tony Taylor - Líderes Mundiais </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Essas medidas constituem o núcleo do programa de governo apresentado por Aécio Neves na campanha, curiosamente o senador agora critica as medidas, puro oportunismo político. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A fórmula clássica sugerida pelo FMI para sair da crise esta sendo adotada por Dilma, daí o elogio de Lagarde, presidente do fundo, ao governo do PT, a economista inclusive afirmou que fará propaganda do Brasil para investidores internacionais, incentivando esses a confiar e vir lucrar com nossas taxas de juros e especular com nossa moeda.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">As receitas do FMI, bem como as do Banco Mundial, têm como base ideológica o Consenso de Washington (busca no Google) e a Escola de Chicago, de quem o ministro Levy é filho. O Consenso e a Escola são defensores de medidas de ajuste macroeconômico, medidas de austeridade fiscal, de vertente liberal ou neoliberal na sua mais pura acepção. O PSDB durante a gestão FHC adotou essa cartilha disciplinadamente, as escandalosas privatizações do período foram os maiores sintomas dessa obediência. As concessões de estradas, portos, aeroportos e de infra-estrutura que Dilma fez e fará segue a mesma lógica, ainda que de forma mais branda. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Medidas de austeridade e o receituário desses “órgãos internacionais” (controlados pelos EUA) não deram certo em lugar nenhum do mundo. O sul da Europa, a América Latina e África são exemplos disso, já os países escandinavos são exemplos ao revés, pois suas gestões públicas se baseiam em princípios opostos aos sugeridos pelo FMI. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se formos para o universo do nosso Legislativo, vivemos tempos de ascensão de uma farta pauta conservadora: terceirização, redução da maioridade penal, revogação do Estatuto do desarmamento, tentativa de votação de um homofóbico Estatuto da Família e outros retrocessos. Tão trágico quanto é a reforma política gestada no Congresso, o Distritão (pesquise) é uma anti-reforma, traz perdas graves à democracia e irá envergonhar o Brasil diante do mundo em caso de aprovação do modelo que o presidente da Câmara e seu partido desejam.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Diante desse quadro, em que do ponto de vista do pensamento econômico a direita liberal está sendo plenamente atendida pelo governo em suas ações, e do ponto de vista dos valores e costumes a direita conservadora está plenamente atendida pela composição do congresso e pelos grandes meios de comunicação, há quem acredite que temos um governo “comunista”, que o PT e seus aliados, como o PcdoB, pretendem implantar um regime “comunista”. Como alguém pode pensar isso? Que grau de miopia política tem de se ter para não perceber tantas evidências contrárias?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Essas pessoas misticamente acreditam no nome fantasia dos partidos, como se acreditassem em fadas, como quem acredita em propaganda de comida saudável do Mcdonalds. Elas se tornam fundamentalistas, odeiam as pessoas do PT ou do PcdoB por aquilo que elas não são, enxergam fantasmas comunistas, exaltam experiências de outros países em comparações esdrúxulas com a realidade brasileira, relacionando-os com esses partidos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sei que a direita esclarecida não sofre dessas alucinações que parcela dessa extrema direita sofre, que há uma parcela lúcida da classe dominante que sabe das suas vantagens obtidas através dos governos recentes, empresários e banqueiros doadores de campanha são bons exemplos. Mas boa parte da elite do nosso país carece de formação política básica, instrução que cursos superiores das carreiras liberais tradicionais e de mercado não oferecem. Tal formação iria inclusive qualificar o debate sobre ser de esquerda e ser de direita, e iria prevenir que muitos jovens se exponham bradando teses absurdas, opiniões desprovidas de lógica, se organizando em grupos de promoção do ódio, de mentira e de calúnia. Contrastar a realidade dos fatos com alguns livros clássicos da sociologia iria proteger as pessoas da insensatez, da reprodução de chavões simplórios, de preconceitos anti-esquerdistas difundidos, enfim, protegeria da alienação.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A esquerda, que pensa outros preceitos econômicos, outras pautas valorativas e de costumes está longe do poder político, é sub-representada no parlamento e não representada na mídia. Tanto é que a crise do PT passa por ter se distanciado dos princípios básicos da esquerda, por ter aderido, junto aos aliados, a práticas políticas fisiológicas, corruptas e atrasadas. Tenho repetido, o PT não representa mais a esquerda, mas o antipetismo, sentimento difuso e sem embasamento que produz ódio e violência, representa um ataque a esquerda em geral, pois seus promotores imaginam atacá-la atacando o PT, ente objeto de fantasia anti-esquerdista. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Muitas pessoas dentro dos partidos citados podem ser de esquerda, mas as agremiações e suas práticas não são. Vivemos um momento de transição, de reconfiguração de forças políticas. As esquerdas devem buscar uma unidade orgânica, está perdendo a disputa pela compreensão da realidade, A esquerda tem de apresentar alternativas ao projeto de desenvolvimento que vigora, alternativas criativas e ousadas para superar as crises cíclicas do capitalismo. Alternativas coletivas que fujam do corolário neoconservador e liberal apresentado como científico e inevitável. Com isso os que fantasiam e temem grandes transformações na sociedade propostos pela esquerda terão motivos para seus delírios e devaneios. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Gregório Grisa</span><br />
<br /></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-88230106777535044662015-05-08T15:33:00.003-03:002015-05-08T20:55:25.070-03:00Menores infratores ou bancada da bala, quem são os irrecuperáveis?<div style="text-align: justify;">
Jovens menores de idade que cometam algum delito, relacionado ao tráfico como são os mais comuns, teriam grandes chances de reabilitação caso o Estatuto da Criança e do Adolescente fosse realmente aplicado em todas suas dimensões: cultural, educacional, profissional e socioeconômica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se o conjunto de bens materiais e culturais necessários para o exercício da cidadania que é negado a esses jovens passasse a fazer parte das suas vidas, a probabilidade de recuperação desses seres em formação seria altíssima. "Regenerar" esses adolescentes é uma tarefa pedagógica factível caso as condições para tal sejam desenvolvidas pelo Estado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-mm6f9dzNmXg/VU0A-UitZKI/AAAAAAAAAlA/6vB6KqTRrHI/s1600/of%2Brage%2Band%2Bredemption.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="385" src="http://3.bp.blogspot.com/-mm6f9dzNmXg/VU0A-UitZKI/AAAAAAAAAlA/6vB6KqTRrHI/s640/of%2Brage%2Band%2Bredemption.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: #f1f1f1; color: #888888; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; text-align: left;">Of Rage and Redemption: Oswaldo Guayasamín</span></td></tr>
</tbody></table>
Por outro lado, quando falamos dos deputados da chamada "bancada da bala", aqueles que propõe a redução da maioridade penal e a revisão do estatuto do desarmamento, temos uma situação diferente da dos jovens em termos da possibilidade de "regeneração". Deputados que tratam mulheres como objetos apresentam um impeditivo ético à recuperação bem mais difícil de superar que o impeditivo social dos jovens infratores.Vejam as falas dos deputados Alberto Fraga (DEM-DF) e Jair Bolsonaro (PP-RJ): "quem bate como homem tem que apanhar como homem", "não te estupro porque tu não mereces" agredindo em plenário Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Maria do Rosário (PT-RS) respectivamente.<br />
<br />
Os deputados da bancada da bala acreditam que ampliar o acesso as armas e encarcerar crianças em "escolas do crime" (cadeias) são as medidas mais eficazes para combater o crime no Brasil. Reparem o disparate, a agressão à lógica que produz esse tacanho raciocínio, usar da violência para dar fim a violência, estúpido.<br />
Esses deputados são sujeitos já formados, adultos cujos valores já estão cristalizados em suas personalidades. Esses valores são alicerçados em três matrizes principais: o machismo/patriarcado, o racismo/preconceito e o moralismo/elitismo. Com essas raízes em suas crenças, tais deputados pautam suas práticas no que há de mais conservador e anti-democrático em nossa sociedade: ter na lógica militarizada e belicista a resolução unilateral de problemas sociais complexos e dinâmicos.<br />
<br />
Para além do fundamentalismo homofóbico da bancada evangélica e da ganância antiecológica da bancada ruralista, os deputados da bancada da bala carregam essas características e agregam o ingrediente que os marca, a postura fascista. Diante desse diagnóstico, me dou a liberdade de dizer que as chances de humanização, recuperação, regeneração desses deputados são muito menores do que as chances de reabilitação dos jovens infratores.<br />
<br />
Em função da solidez de valores deletério que caracterizam a bancada da bala, das condutas observadas nas práticas de tais deputados, é possível dizer que se tratam de casos perdidos. Esses sujeitos constituem o que de pior a humanidade conseguiu produzir até hoje, detêm a postura e os pensamentos mais atrasados e perigosos para uma sociedade que deseja qualificar a democracia, exercitar cidadania e respeitar direitos humanos.<br />
<br />
Ao propor que jovens menores de idade sejam presos, esses deputados pretendem impedir qualquer chance de regeneração e humanização desses sujeitos, pretendem negar mais um dos inúmeros direitos já negadas aos adolescentes. Freud teria gostado de analisar as personalidades da bancada da bala, seus afãs inconscientes de punir e negar o direito de reabilitação. Penso que no fundo os irrecuperáveis são aqueles que desrespeitam as mulheres e sentem prazer em ver sangue de jovens, na maioria negros, mortos entre si ou pelos aparelhos repressivos, haja vista o lema que adotam, "bandido bom é bandido morto".<br />
<br />
Gregório Grisa</div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-14431340917480898672015-05-05T22:41:00.001-03:002015-05-05T22:44:02.649-03:00Encruzilhada dos petistas<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;">O PT tem mais de um milhão e meio de filiados (1.590.304). Em termos estatísticos (quantidade literal de pessoas) é o partido brasileiro com maior número de filiados progressistas, honrados, utópicos, trabalhadores, esclarecidos e honestos. Veja bem, em quantidade. Esses filiados vivem uma grande encruzilhada política. Estar em um partido com história, mas que vive seu fim. Esse fim não se deve a esses filiados, mas ao distanciamento que a máquina (zona em que oportunistas acenderam) e a cúpula partidária desenvolveu desses filiados, da "base".</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-6g5pCYJvhoc/VUlxHfccoAI/AAAAAAAAAkw/qFsTQcGAEz4/s1600/pt-despedacado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-6g5pCYJvhoc/VUlxHfccoAI/AAAAAAAAAkw/qFsTQcGAEz4/s1600/pt-despedacado.jpg" height="275" width="400" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;">Os analfabetos políticos das panelas e camisas da seleção não entendem isso, eles generalizam, rotulam e distorcem. Eles não fazem panelaço contra a maioria de indiciados na Lava-Jato do PP e do PMDB, contra a Operação Zelotes, contra a sonegação do HSBC, nem contra o governador do PSDB que mandou dar tiro e colocar cachorros em professores, por exemplo.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os inúmeros filiados sérios do PT pagam por um crime que não cometeram, boa parte deles insistem em uma defesa romântica do partido, quase folclórica. Todavia, aqueles que nutrem esperança por uma saída de esquerda para o Brasil, já entenderam que o PT, no conjunto da complexa obra, representa mais os interesses do grande capital do que dos trabalhadores, infelizmente.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A política econômica e os ajustes estão aí para provar empiricamente isso. A questão é que entre entender e tomar uma atitude que saia da zona de conforto há uma distância. Uma tendência (grupo interno) importante do PT deixou o partido há algumas semanas, alternativas de esquerda estão se organizando no país, partidos e movimentos vão se consolidando ampliando as opções.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Defender que esses filiados deixem o PT, como estou fazendo, não significa aceitar calado o exclusivo e orquestrado ataque que a sigla sofre das elites da comunicação e setores do judiciário. O antipetismo é um movimento contra toda e qualquer esquerda por isso deve ser combatido ideologicamente, mas isso não significa defender o PT, essa simples distinção é importante.</span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 19.3199996948242px; margin-top: 6px;">
</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;">Muitas bandeiras do PT são importantes para a democracia, a maioria, o problema é que as mais avançadas não passam de retórica progressista, tais bandeiras estão sendo rasgadas na prática pelas alianças políticas e métodos adotados. As bandeiras de cunho moral e de reforma política esbarram no pacote de ajuste encaminhado ao congresso e na política estrutural de juros elevados que daria inveja a qualquer filiado do PDSB, inclusive aquele que se manifesta batendo panela em altos prédios sem o menor senso do ridículo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;">Gregório Grisa</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-50979767061695419282015-05-05T16:40:00.001-03:002015-05-05T16:43:58.620-03:00Colunista, vá dormir! <div style="text-align: justify;">
<b style="font-family: Verdana, sans-serif;">Texto escrito em resposta as afirmações feitas pelo articulista da Veja no artigo <a href="http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/professores-acordem/">"Professores, acordem!"</a>. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Alexandre Silva Virginio (1)</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O colunista da revista Veja, Gustavo Ioschpe, manifestou sua visão de quem são os </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">responsáveis pelas mazelas da educação nacional: os professores. Vale -se, para tanto, de um </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">conjunto de ilações que, em realidade, culpabiliza a vítima, ainda que sua intenção seja </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">combater o que ele chama de ‘vitimização dos professores’. Para ele, a luta por melhores </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">salários dos professores é ilegítima pois que o que oferecem à sociedade é um ensino </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">responsável por nossos inexpressivos indicadores educacionais. Mesmo os 10% do PIB para a </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">educação, segundo Gustavo, não resultará em qualquer melhoria. Para ele, segundo seu artigo, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">a educação de qualidade depende das competências, habilidades e destrezas do professor. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-DPh8GXlf_yc/VUkcX05hhXI/AAAAAAAAAkg/_hEk8Fq3NBo/s1600/images%2B(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="398" src="http://4.bp.blogspot.com/-DPh8GXlf_yc/VUkcX05hhXI/AAAAAAAAAkg/_hEk8Fq3NBo/s640/images%2B(1).jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Somente depois de comprovar seus predicados como educador poderiam os professores, aliás, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">muito ‘gananciosos’ destaca o colunista, reivindicar ‘um contracheque mais gordo’. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seus argumentos, em verdade, encontram paralelo no governador do Paraná, Beto Richa, que </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">culpou os professores pela violência policial. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que esta perspectiva revela, ademais, é uma </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">total ignorância em relação aos fatores intervenientes nos processos </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">educacionais. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Responsabilizar unicamente os professores pelo sucesso escolar da nação é desconhecer que a </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">qualidade da educação, além de professores </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">bem formados, motivados e dignamente </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">remunerados requer atentar para as condições institucionais e para a natureza dos contextos </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">sociais que atende. Demanda, ainda que não unicamente, escolas com espaços adequados, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">equipadas, equipes de apoio atuantes e um projeto eco-político-pedagógico discutido e </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">apropriado pela comunidade escolar. Não obstante, parece que o economista esquece que não </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">universalizamos o acesso à educação básica. Ainda temos, por exemplo, mais de 8 milhões de </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">crianças de 0 à 3 anos sem acesso à educação infantil. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que dizer então da demanda referente </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">ao ensino médio. De acordo com os dados mais recentes, são quase 2 milhões de jovens entre </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">15 e 17 anos que não estudam. Então colocar estes jovens na escola não demanda recursos? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Isto sugere, para aqueles com um mínimo de bom senso, que as políticas d e educação </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">requerem recursos muito mais substantivos do que os atuais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Além disso, as interpretações do referido autor revela total inobservância do que as ciências </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">sociais, especialmente a sociologia da educação, tem aportado à compreensão dos fenômenos </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">educacionais. Como não reconhecer os efeitos da pobreza, do desemprego, das doenças, da </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">falta de saneamento básico, das crises da família, da insolvência de recursos financeiros no </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">cotidiano das famílias e que repercutem nas disposições e no conteúdo do capital cultural que </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">a criança leva para a escola? Já não é novidade a violência simbólica que a escola pratica </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">quando, através de um arbitrário cultural, assume elementos da cultura dominante atrás da </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">imagem da cultura universal. Indo além, muito das dificuldades das relações entre professores </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">e alunos decorrem das lentas mutações da modernidade. Dentre elas, destaque-se as </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">exigências colocadas às escolas pela diversidade cultural, pelo utilitarismo do mercado, pela </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">relativização dos valores ou pelo significado das novas tecnologias, sem esquecer é claro, das </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">implicações pouco educacionais da grande mídia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ao associar a qualidade da educação ao desempenho dos professores o articulista deveria </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">reconhecer que mais de 80% dos mesmos são formados em universidades privadas e cuja </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">qualidade do que oferecem deveria ser objeto de um olhar mais atento da sociedade. Aliás, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">estudos da Fundação Getúlio Vargas tem destacado o caráter insípido e abstrato, portanto </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">distante das realidades escolares, dos currículos de formação dos professores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não bastasse </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">isto, a questão salarial não pode ser negligenciada. De um lado, porque não conseguimos </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">atrair os jovens para a profissão, desaguando na atual carência de professores em todas as </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">áreas. Por outro lado, como esperar dos atuais professores melhor desempenho e um diálogo </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">qualificado com a comunidade escolar se não dispõem de tempo, nem de recursos, para sua </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">qualificação e/ou aprofundamento de sua relação com o mundo da cultura?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não considerar as variáveis acima destacadas é, em nosso juízo, reforçar a injustiça cometida </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">contra aqueles que já vem, por décadas, sendo injustiçados. Em síntese, restringir a conquista </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">da qualidade da educação ao trabalho das instituições escolares, é não reconhecer que o </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">currículo escolar está condicionado pelas diferenças psicoculturais e pelas desigualdades </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">socioeconômicas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A cabeça do colunista atende a lógica de transferir unicamente para o </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">indivíduo a responsabilidade por sua trajetória social e profissional esquecendo, mais ou </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">menos conscientemente, as implicações que o sistema social tem sobre as mesmas. Em suma, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">trata-se de visão obtusa, muito própria dos que exaltam o valor da educação para o </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">desenvolvimento da nação, à semelhança de Gustavo, mas que insistem em ver o sistema </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">educacional como imaculado de influências sociais. Pior de tudo é que tal perspectiva pode </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">servir para legitimar a ‘violência’ dos já indignos salários ou, até mes mo, os atuais atos de </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">violência praticados contra os educadores da nação. Diante desta possibilidade, o colunista </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">faria melhor se fosse dormir ao invés de escrever.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>(1) Doutor em Sociologia/UFRGS; Professor do Depto. de Sociologia/UFRGS; Colaborador externo do Grupo de Investigação de Pedagogia Social e Educação Ambiental da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Santiago de Compostela – Galicia/Espanha e da Ong Povoacão: Educação Cidadã.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Contato email: alexvirginio@uol.com.br </span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-59401546247902872262015-04-30T00:12:00.002-03:002015-04-30T13:15:02.346-03:00“Entre as Orelhas – Histórias de Parto” de Ricardo Jones<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-t88mdz1jTWI/VUGb5Sw7nfI/AAAAAAAAAkQ/0iVLOMZJVkk/s1600/entre-as-orelhas1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-t88mdz1jTWI/VUGb5Sw7nfI/AAAAAAAAAkQ/0iVLOMZJVkk/s1600/entre-as-orelhas1.jpg" height="640" width="414" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Em função da vinda da Lina, eu e Mariana buscamos pensar sobre tudo que envolve a vinda de um novo ser humano, para isso estudamos, pesquisamos. Nessa busca tivemos acesso a esse livro, como gostamos muito da leitura e o autor acompanhou parte do parto da Lina, acabei pedindo a ele que me enviasse a apresentação do livro no formato digital para divulgar a fim de incentivar que mais pessoas leiam todo o trabalho. Abaixo segue essa apresentação, uma prazerosa e importante leitura. </b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por Ricardo Jones </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A obstetrícia se abriu como oportunidade para mim em meio à nebulosidade obscura da escola médica. Nessa época, eu cursava o terceiro ano de medicina na Universidade Federal e a possibilidade de assistir à “medicina de verdade” era quase inexistente. Estávamos inseridos ainda nas cadeiras básicas, sem uma janela aberta para a patologia inserida no sujeito. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tudo era “virtual”. As pneumonias eram fotos de cortes histológicos em livros, os partos eram tão somente descrições de planos e rotações. Alguns fatos marcantes, entretanto, marcaram de forma indelével a minha trajetória. O primeiro foi o nascimento de meus filhos, Lucas e Bebel. As circunstâncias desses partos hospitalares, com toda a carga de agressividade e despersonalização, foram um choque de grandes proporções. Aliado a isso, pela primeira vez eu conseguia perceber a magnitude da capacidade feminina de suplantar obstáculos e adversidades. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O nascimento era um evento épico! O segundo evento fundamental para a minha escolha pela obstetrícia foi o período em que trabalhei como “interno” em um serviço público de obstetrícia. Nesse período de formação médica, eu fazia plantões em um hospital de periferia, onde os obstetras permitiam que os estudantes praticassem na sua ausência. Minhas primeiras experiências como cuidador foram com as pacientes pobres do serviço público deste hospital. Lá eu pude enxergar de forma muito clara como o sistema médico traduz e decodifica o fenômeno do nascimento. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A matriz cultural valorativa sobre a mulher, a vida, o dinheiro e o poder apareceram brutalmente à minha frente quando eu ainda era um menino, e esta violência acabou por determinar todo o meu futuro profissional. Claro que as razões menos objetivas responsáveis pela minha escolha são da ordem do inconsciente. Porém, por sobre essa base, esses fatos marcantes acabaram por me jogar no universo complexo do feminino.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Minha formação em obstetrícia foi o que se pode chamar de “clássica”. O modelo era construído a partir de uma visão vertical de “evolução científica”. Entendia-se a moderna obstetrícia como o ápice de uma edificação sólida cujas bases eram afixadas sobre o obscurantismo e a magia, e o céu acima de nós era constituído pela ciência e pelo conhecimento. Em nenhum momento do meu aprendizado na faculdade, mencionava-se a possibilidade de um modelo de assistência ao nascimento que não fosse centrado na figura do médico, no combate às doenças e na centralização das ações no hospital. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Essa forma de entender o fenômeno do nascimento eu chamava de modelo “iatrocêntrico”, “etiocêntrico” e “hospitalocêntrico”, respectivamente centradas no médico, na enfermidade e no hospital. Para entender formas alternativas, ou modelos concorrentes de assistência, era necessário abandonar o edifício e suas verticalidades e imaginar formas horizontais de disputa entre os modelos. Nesse aspecto, a formação médica era extremamente falha: não havia (pelo menos há 25 anos) uma compreensão mais abrangente dos paradigmas em choque, como brilhantemente nos revelou o físico americano Thomas Kuhn. Para mim, absolutamente inquieto com o que percebia de imperfeito na atenção ao parto, a visão dessa ideia foi clarificadora. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A medicina contemporânea, mormente nos aspectos relacionados à assistência ao parto, era apenas o modelo dominante, o paradigma hegemônico, e não a soma de todas as verdades! Havia propostas alternativas minoritárias que não podiam ser desveladas em função de interesses outros, de origem econômica, financeira e profissional. A escola médica agia na manutenção, proteção e disseminação de um modelo que claramente a beneficiava, mas que não era necessariamente o único existente. Para produzir uma visão mais justa e panorâmica de minha atuação, era fundamental colocar toda a minha formação como “relativa”, como uma “importante parte do todo”, mas não a verdade absoluta e derradeira. Era preciso abandonar a criação totêmica e mitológica do saber médico e assumir uma visão mais plural e centrada nas necessidades da mulher. Fazer isso, mesmo que secretamente em meus pensamentos, já era, por si só, uma heresia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A verdade é que os acontecimentos que precipitaram a minha opção pela obstetrícia foram os partos de meus dois filhos: Lucas, ocorrido quando não eu contava mais de 21 anos de idade, e Bebel, que nasceu 12 dias antes de minha cerimônia de formatura. Entrei na residência médica com dois filhos nascidos de parto normal, tendo passado por uma experiência poderosa de amadurecimento. Obtive autorização para assistir a ambos os partos apenas por ser estudante de medicina, mas tal concessão me abriu as portas para uma nova realidade. Pude perceber a violência institucional velada, que se expressa através dos pequenos detalhes. Frases, expressões, normas, proibições eram constituintes da arquitetura de um sistema assimétrico e agressivo. Pude testemunhar as formas insidiosas de desqualificação das mulheres e a visão depreciativa que cultivamos sobre suas capacidades de gestar e parir. No nascimento de meus filhos, pude constatar, pela primeira vez, a misoginia essencial que comanda o proceder obstétrico, que se expressa pela compreensão defectiva da maternidade. E esta foi uma experiência fundamental.</span></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Além do choque estético e conceitual do nascimento de meus filhos e a minha experiência na grande escola obstétrica da periferia, outro evento marcante a produzir um terremoto em minhas convicções foi um nascimento de emergência na sala de exames do hospital de clínicas, onde fazia a minha formação como residente. Esse evento foi descrito no meu livro anterior, Memórias do Homem de Vidro – Reminiscências de um Obstetra Humanista. Nesse parto, os singulares acontecimentos que o caracterizaram produziram uma mudança paradigmática de proporções imprevisíveis. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A rapidez do nascimento deu oportunidade para que eles fossem ditados pelo automatismo irreflexivo, o que desnudava, de alguma forma, os códigos valorativos que eu acalentava inconscientemente. Diante da insensatez de minhas atitudes, da grosseria de minhas palavras, da violência de meus procedimentos e da gravidade de minhas ações, minha reação foi — inicialmente — a estupefação e o espanto. Algum tempo depois, quando uma auxiliar de limpeza me perguntou: O que teria acontecido se o senhor não tivesse chegado a tempo para o parto?, é que me dei conta de que a melhor resposta para essa pergunta seria: o parto teria sido muito melhor. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A partir de então, minha condição era tão somente de vergonha. Diante disso, só me restavam duas alternativas: abandonar o trabalho com as mulheres e gestantes, ou mudar radicalmente a forma de agir com relação a elas. Resolvi escolher a segunda alternativa, mesmo sabendo que tal escolha me levaria a ser desprezado por muitos colegas e incompreendido por outros.</span></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Durante os 12 anos seguintes ao evento na sala de emergência, não obtive apoio de outros profissionais ligados ao parto e ao nascimento. Somente no primeiro congresso de Parto Humanizado que compareci, no Rio de Janeiro em 1998, é que fui conhecer colegas que pensavam de forma semelhante. Durante essa década de reclusão, minhas únicas fontes de informação eram os livros de médicos que se tornariam mestres para a minha formação de obstetra humanista, entre eles Moyses Paciornik, Michel Odent e Marsden Wagner. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A partir desse encontro no Rio de Janeiro, além dos colegas médicos, encontrei uma gama enorme de profissionais de outras áreas que participavam da construção de um novo modelo baseado na interdisciplinaridade. Nos primeiros congressos, conheci doulas, fisioterapeutas, enfermeiras, obstetrizes e psicólogas que me mostraram, de forma inequívoca, que os partos não eram de uma só corporação, mas que pertenciam às mulheres, cabendo a todos a possibilidade de auxiliá-las em conjunto e em harmonia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A partir da experiência de participar de um congresso de humanização do nascimento, no final dos anos 90, tomei conhecimento de uma rede nacional voltada para o debate, o intercâmbio de informações e a construção de alternativas ao modelo obstétrico contemporâneo. Essa rede, formada por cidadãos comuns, médicos obstetras, epidemiologistas, pediatras, clínicos, fonoaudiólogos, psicólogos, enfermeiras, doulas e outros profissionais ligados ao parto, havia sido criada em 1993, através de um documento chamado de “Carta de Campinas”, onde estavam alinhavadas as diretrizes para uma revolução na atenção obstétrica no Brasil. Essa organização chama-se ReHuNa – Rede pela Humanização do Parto e Nascimento – e hoje se consolida como o principal interlocutor da sociedade civil para a humanização do parto e nascimento. Minha vinculação com esse movimento, e com a ReHuNa foi imediata, tendo inclusive assumido a sua coordenação nacional por um breve período de tempo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nos últimos 12 anos a ReHuNa esteve presente em todas as minhas palestras e em todos os meus pronunciamentos. Para mim não existe debate sobre as teses da humanização do nascimento sem que a ReHuNa seja ouvida e considerada. Ela é uma construção coletiva de um grupo de apaixonados e lutadores em nome da dignificação do parto e da mulher.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Depois de algum tempo, acabei me envolvendo em um esforço mundial pela humanização do nascimento através da International Motherbaby Childbirth Initiative (IMBCI). Fora do Brasil, acabei encontrando figuras extremamente importantes na minha trajetória. A mais importante e significativa delas foi a antropóloga americana Robbie Davis-Floyd, de quem me tornei grande amigo e com quem aprendi os mais importantes ensinamentos sobre a mitologia que cerca o nascimento humano, assim como os valores inconscientes que regulam e controlam esse evento. A lista de outros profissionais fundamentais na minha caminhada seria longa demais, e me custaria o risco de esquecer alguém; por essa razão, prefiro não citá-los nominalmente e deixo minha amiga Robbie como exemplo de que as lutas também são feitas através de laços de amizade, companheirismo e confiança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Muitos foram os entraves que encontrei durante esta trajetória, mas nunca me queixei disso. Não há como questionar os poderes constituídos sobre o saber médico sem que haja uma reação violenta. O maior problema que ainda encontro é a forma preconceituosa com que a obstetrícia “oficial” encara qualquer projeto que questione a preponderância médica nas ações de saúde. O parto domiciliar planejado, as Casas de Parto e a atenção prestada pelas obstetrizes (parteiras profissionais) são as maiores dificuldades. Compreensivamente, esses pontos serão dificilmente aceitos por aqueles que possuem poderes autoritativos relacionados ao nascimento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As evidências científicas que respaldam todas essas escolhas são insuficientes, em uma primeira etapa, para produzir uma aceitação. Entretanto, em longo prazo, vão produzindo um enfraquecimento insidioso dos preconceitos que sustentavam tal rechaço. Minha esperança é que o tempo será o Senhor da Verdade e que uma atenção mais digna ao nascimento prevalecerá. “Humanizar o nascimento é restituir o protagonismo à mulher”, e sem essa conquista nenhum avanço será significativo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A forma de lidar com os inevitáveis ataques que chegam dos setores mais conservadores da medicina é estar constantemente preparado para o confronto. Por essa razão, as discussões no terreno do nascimento humano só podem acontecer na arena da Medicina Baseada em Evidências (MBE). Sem o respaldo das evidências, todo o debate se torna subjetivo, pessoal e estéril. É por isso que as pessoas que desejam debater honestamente esses assuntos devem estar preparadas para o enfoque utilizando as evidências atuais, e não experiências pessoais e preconceitos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O convívio com as mulheres me ofereceu uma das maiores experiências que o ser humano pode encarar: o encontro com a diversidade. O fato de as mulheres serem matrizes, carregarem no ventre a nossa esperança de imortalidade, enfrentarem as dificuldades e fragilidades da gestação e do parto e serem responsáveis diretas pelos cuidados com seus bebês, lhes oferece uma perspectiva absolutamente diversa da vida, radicalmente diferente daquela que um homem pode experimentar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O mundo feminino é, para nós homens, um mistério inquestionável e insondável. Costumo dizer que a gestação é algo que ignoro por completo, pois apenas a vivência desse fenômeno pode oferecer uma compreensão minimamente satisfatória. Entretanto, meu convívio com as tantas mulheres que povoaram minha vida, como minha mãe, irmã, esposa, filha, cunhadas, amigas e pacientes, oportunizou um mergulho no universo de suas paixões, dores, ideias e amores. Tornei-me paulatinamente um apaixonado pelo feminino, pois para mim ele simboliza a capacidade de extrapolar os limites da própria epiderme e viver o amor como algo visceral. Sua ligação com as crias e seu amor incondicional por elas me oferecem uma visão criativa do universo e a maneira como se organizou nossa espécie. Às mulheres eu devo tudo o que sei.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por outro lado, a mulher é vista pela escola médica como um ser defectivo e cuja “produção” é o resultado de uma série de equívocos não resolvidos. Para a visão médica contemporânea, o corpo biológico da mulher é defeituoso in essentia. Todos os eventos fisiológicos da vida feminina — que são o diferencial com o padrão masculino — são vistos pela cultura como patologias que necessitam de tratamento médico. Assim, o ciclo grávido-puerperal — gestação, parto e puerpério — é visto como uma enfermidade, cuja solução é drogal e cirúrgica. A menstruação não é vista como uma renovação cíclica, mas como uma “sangria inútil”, levando-se ao extremo a visão positivista e biologicista da medicina. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A menopausa, outro evento programado na fisiologia feminina, é visto como uma fase de “perdas”, de “falhas”, e a solução para tal “falência” é a adição perigosa de substâncias químicas que objetivam reverter o envelhecimento e a decrepitude. Mesmo quando essas experiências se mostraram tragicamente frustradas, como a hormonioterapia da menopausa, que se provou falha em seus propósitos principais, estamos muito longe de reavaliar nossos conceitos sobre a mulher, pois isso significaria imaginar uma cultura cujas relações de poder entre os sexos seria diferente e, portanto, imprevisível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Apesar dos ataques e das calúnias que muitas vezes recebi, acredito na honestidade desses postulados, pois se baseiam em uma forma fraterna e solidária de entender o mundo, que valoriza o empoderamento, a autonomia e a liberdade das mulheres de escolher seu destino e a forma de parir seus filhos. Sempre lutei para que as teses da humanização do nascimento não se tornassem um “catecismo” ou uma “fórmula mágica”, pois isso significaria a cristalização e a morte de um movimento de ideias. Nossa proposta passa por uma crítica constante ao tecnicismo despersonalizante e uma abertura às novas descobertas científicas, a fim de evitar o envelhecimento de nossos ideais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“A Humanização do Nascimento vem trazer a síntese entre as conquistas recentes da ciência, que nos oferecem segurança, com as forças evolutivas e adaptativas dos milênios que nos antecederam. Esta releitura do nascimento humano se faz necessária para acomodar as necessidades afetivas, psicológicas e espirituais das mulheres e seus filhos com as conquistas que o conhecimento nos trouxe através da aquisição crescente de tecnologia.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A partir dessa constatação, é impossível ficar passivo diante da necessidade de acomodar de forma adequada uma abordagem mais humana, sem preconceitos e cientificamente embasada na atenção ao parto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Muitas pessoas me pedem para que eu diga algo para os novos médicos, para aqueles que estão iniciando na carreira da obstetrícia, e que terão diante de si a tarefa de auxiliar no momento mágico do nascimento. Não sou muito bom em dar conselhos, até porque eles geralmente desconsideram a dinâmica pessoal de quem os escuta, e apenas refletem as fantasias e dificuldades de quem os pronuncia. Apesar disso, escrevi um texto neste livro chamado “Carta para uma jovem obstetra”, direcionado à filha recém-formada do meu “colega” Max, onde tento mostrar o caminho árduo que ela terá pela frente. Sei que meu espectro de ação é limitado, porque cada um faz seu próprio caminho a partir de sua história. Se me dessem conselhos sobre partos humanizados no meio da minha formação médica, eu provavelmente não os escutaria; ainda estaria fechado à visão humanizante do nascimento. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para poder perceber outra realidade, fui obrigado a percorrer o caminho lento e espinhoso do amadurecimento. A abertura desta porta só se faz por dentro. Como nos dizia Lacan a respeito dos psicanalistas, a maior virtude de um obstetra também é a “idade”. Sem ter trilhado o “vale das sombras”, ter enfrentado a morte e suas dores ou ter se encantado com a vida sem cair na tentação de banalizá-la, como poderia um obstetra entender o que se passa no momento de um parto? Somos os convidados mais privilegiados no espetáculo da Vida, aqueles a quem o criador colocou na tribuna de honra. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Temos o panorama mais claro do mistério que se esconde por detrás do meramente manifesto; o enigma que se expressa através da chegada de um bebê ao mundo. Entretanto, somente podem enxergar aqueles que assim o desejam: os que lutam contra a sedução das certezas e que se convencem de que as dúvidas são em verdade amigas dissimuladas, que nos estimulam a crescer. Meu conselho aos jovens parteiros seria, se assim pudesse fazê-lo, que jamais esquecessem a chama de humanidade que cada um de nós carrega no peito. É fundamental mantê-la acesa, para que ela nos lembre eternamente das razões que nos motivaram a cuidar das mulheres e seus filhos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para as mulheres, a quem dedico este livro, espero que sejam donas de suas próprias vidas e de seus corpos. Lutem contra a expropriação indevida de seus partos e seus bebês. Jamais deixem de escutar seus instintos de mãe. Sejam carinhosas e nunca esqueçam de que vieram ao mundo com a tarefa de cuidar e acalentar. Sua maior função neste mundo é ensinar o amor, e sem esse ensinamento não passamos de bestas sem destino. Sejam condescendentes e não tentem imitar os homens em suas fraquezas e futilidades. Sejam vocês mesmas, com seus desejos, suas dúvidas, seu carinho e seu amor. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não tentem ser o que não são. Fujam da “igualdade” e aproximem-se do respeito mútuo às diferenças. Somos distintos, mas ocupamos o mesmo mundo, onde devemos respeitar uns aos outros em seus direitos. Não esqueçam jamais de amar os seus homens, porque esse amor é a maior vitória que podemos construir na vida. Somos “caminhantes dos milênios”, e nossa vestimenta — masculina ou feminina — é apenas um envoltório passageiro, mas que nos oportuniza um aprendizado inquestionável. E, por fim, amem seus filhos e façam deles cidadãos de verdade, para quem a fraternidade será um traço inconfundível e a liberdade uma tatuagem permanente marcada em suas peles.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A construção milenar do parto humano é algo que se processa entre as orelhas. É ali, nas dobras e circunvoluções encefálicas, no emaranhado de sinapses, nos pontos de confluência, que o nascimento se processa. Ou, se quiserem, é nesse ambiente secreto, onde moram os medos, as alegrias, as paixões e o amor, onde a alma se encaixa no corpo formando uma unidade que só a morte desfaz.</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-79108795297638496872015-04-17T16:41:00.002-03:002015-04-17T16:41:48.364-03:00Porque a redução da maioridade penal é uma falásia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-VgNbjooULRk/VTFhaImtSHI/AAAAAAAAAkA/iPaknDZO9Fw/s1600/maioridade-penal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-VgNbjooULRk/VTFhaImtSHI/AAAAAAAAAkA/iPaknDZO9Fw/s1600/maioridade-penal.jpg" height="638" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O aumento da criminalidade no Brasil mereceu de parte de nossos políticos e da opinião pública, influenciada pelo massacre mediático, uma resposta imediata :</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“-Temos que diminuir a maioridade penal para 16 anos.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Esta resposta levou o presidente da Câmara, , a dar andamento a PEC 171/93 que reduz a maioridade penal para 16 anos, como se fora uma panacéia para a violência, sem apoio na realidade .</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A verdade é que: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">1) A violência não pode ser atribuída aos adolescentes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A Secretaria Nacional de Segurança Pública estima que os menores de 16 a 18 anos – são responsáveis por 0,9% do total dos crimes praticados no Brasil. Se considerados apenas homicídios e tentativas de homicídio, o percentual cai para 0,5%.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">2) As crianças e adolescentes são vítimas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estudo da UNICEF constata no Brasil cada dia, 129 casos de violência psicológica e física, incluindo a sexual, e negligência contra crianças e adolescentes . A cada hora, cinco casos de violência contra meninas e meninos são registrados no País.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">3) Não faltam leis para proteger as pessoas dos portadores de transtornos mentais que levam a violência, A Justiça pode determinar a internação por prazo indefinido, até que a periculosidade cesse.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">4) Em 2.007 quando completou 21 anos, o famigerado Champinha que estava recolhido desde 2003 na Fundação Casa foi internado compulsoriamente por decisão judicial com base na Lei 10.216 de 2001 em Unidade Experimental de Saúde. Com 29 anos continua até hoje internado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">5) O argumento de que a menoridade penal possibilita os adolescentes serem utilizados para cometerem ou assumirem crimes não é resolvido pela redução para 16 anos. Os criminosos passariam a utilizar os menores de 16 . Isto levaria a uma sucessão novas leis de redução de maioridade até chegarmos ao absurdo da “maioridade penal infantil.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os que defendem a redução da maioridade penal , querem na realidade a revogação do Estatuto da Criança e do Adolescente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O combate ao ECA se deve ao fato que a lei não apenas estabelece os direitos das crianças e adolescentes , mas também enumera os responsáveis por garantir gozo destes direitos:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A verdade é que nem a família, nem a comunidade em geral, nem a sociedade civil ( igrejas, entidades civis e fundações, inclusive muitas criadas para atender as crianças e adolescentes) , nem o poder público (governos Municipal, Estadual e Federal, Legislativo e Judiciário) tem evitado que grande parte de nossas crianças e adolescentes fiquem no abandono.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Às crianças e adolescentes não tem sido garantido o direito a convivência familiar e comunitária, fundamentais para a formação do caráter do futuro cidadão digno que respeite e se faça respeitar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nem mesmo garantimos às nossas crianças e jovens efetivação do direto a saúde, alimentação, educação, ao esporte, ao lazer, a profissionalização e a cultura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A diminuição da maioridade penal é portanto um tema colocado como cortina de fumaça para fugir da responsabilidade que a lei atribui a todos..</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No lugar de implantar o Estatuto da Criança e do Adolescente é mais fácil responsabilizar as vitimas .</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Convidamos todos, principalmente as pessoas e entidades que participaram da vitoriosa campanha pela aprovação do Estatuto da Criança e Adolescentes, para se manifestar contra a redução da maioridade penal e iniciar campanha nacional para garantir aos nossas crianças e adolescentes o que determina o ECA:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A Paz é Fruto da Justiça.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Antonio Funari Filho</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Presidente da Comissão de justiça e Paz.</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-13556202399788725142015-04-15T17:45:00.000-03:002015-04-15T17:45:25.984-03:00Informação e conhecimento<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com a abundância de informação que hoje acessamos corremos o risco de confundi-la com conhecimento, o fizemos com frequência. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Conhecimento é a organização criteriosa da informação, requer verificação de fonte, qualidade hermenêutica/teórica de análise.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Conhecimento é fruto de trabalho acurado de sistematização da informação, é mais demorado e contínuo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A pressa e a preguiça nos levam a crer e não a compreender. Nos levam a reproduzir sofismas empolgados. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ter a informação como base do nosso entendimento é assumir o risco de ser pensado por quem produz a informação na sociedade, no caso brasileiro, poucas famílias. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A inteligência não é uma qualidade inata, mas um exercício regular de interligação, de associação de ideias, fenômenos e notícias. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Informação é uma das matérias primas do conhecimento, se pautar em informação isolada sem conhecer determinado tema e tirar conclusões apressadas, ou ainda, defender apaixonadamente ponto de vista assim concebido, é arriscado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O esforço intelectual que produz conhecimento não é banal ou fruto de inspiração, é cotidiano, requer tempo e condições favoráveis. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A confusão entre informação e conhecimento pode nos fazer crer, por exemplo, que terceirização é modernização, que redução da maioridade penal é combate ao crime, que educação e saúde são gastos e não investimentos, logo passíveis de cortes etc...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Gregório Grisa</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-85116337688638301122015-04-15T15:12:00.001-03:002015-04-15T15:12:13.474-03:00Incompreensível <div style="background-color: white; color: #666666; line-height: 16.0799999237061px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ir à rua bradar contra o suposto comunismo de um partido (absolutamente inexistente) é o maior sintoma de cegueira coletiva dos últimos tempos.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666666; line-height: 16.0799999237061px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Anticomunistas d<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">izem "vai pra Cuba", "aqui não é Venezuela", protestam contra a única coisa que o governo não está fazendo, ser de esquerda.</span></span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline; line-height: 16.0799999237061px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em; text-align: justify;">
Se expor reclamando de algo que é irreal (PT=comunismo), ter como motivo de mobilização tal ilusão é assinar atestado de ablepsia aguda.</div>
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em; text-align: justify;">
Uma das razões essenciais da atual crise econômica e política é justamente o fato do PT ter abandonado as práticas de esquerda e não o contrário.</div>
</span></div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-34307476.post-40542095764658717822015-04-13T12:08:00.003-03:002015-04-13T13:56:04.744-03:00Ditadura comunista no Brasil e o senso do ridículo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-BfbjvZU8SBU/VSvbSOvYGKI/AAAAAAAAAjw/KOs6itfu1AY/s1600/bd6nrpocuaams4_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-BfbjvZU8SBU/VSvbSOvYGKI/AAAAAAAAAjw/KOs6itfu1AY/s1600/bd6nrpocuaams4_.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pense comigo:</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Governo federal faz severo ajuste fiscal, se vale de fórmula clássica do neoliberalismo para atacar a crise;</span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Governo tem um representante "puro sangue" da Escola de Chicago (Wikipédia) e dos interesses dos bancos do ministério da fazenda;</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">
<div style="margin-bottom: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Governo vem elevando a taxa SELIC que define os juros no país, com isso garantindo que bancos nacionais e internacionais e empresas quebrem record de lucros;</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Portos e aeroportos são privatizados pelo governo, que tem como maior objetivo fazer superávit primário para pagar juros da dívida, que interessa a grandes corporações e investidores.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Congresso tende a aprovar lei das terceirizações generalizadas que só beneficia as classes patronais; empreiteiras financiam as grandes campanhas e lucram muito com contratos com o Estado.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Diante desse sintético cenário (outros vários exemplos poderiam ser dados) temos que presenciar pessoas se manifestando contra o comunismo do PT? É sério que existe algum ser tão incapaz de perceber a vida na sua volta? Se manifestar contra o comunismo do governo supera qualquer patamar de idiotice, atinge o grau máximo de indigência mental.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nem o moralismo tacanho anti-esquerda é capaz de explicar tamanha imbecilidade.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os pró intervenção militar que estavam na rua hoje (sei que não são todos) realmente acreditam que o PT quer impor uma ditadura comunista? Tal pensamento é tão desforme que é passível de exposição ao ridículo sim. Essas pessoas tem o direito de bradarem o que quiserem, mas correm o risco de ser motivo de deboche sim, porque representam um desserviço completo para o país, para seus próximos e para sim mesmas.</span></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 19.3199996948242px;">Os anos de governo do PT no Brasil foram os mais capitalistas da história, nunca tal modo de produção esteve tão pulsante como nesse período. Então se você é dos "anticomunistas" ou conhece alguém que seja, a dica é: te preserva.</span><span style="line-height: 19.3199996948242px;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 19.3199996948242px;">Gregório Grisa</span></div>
</div>
Gregório Grisahttp://www.blogger.com/profile/10769773938027635043noreply@blogger.com0