Entendo
que o capitalismo contemporâneo chegou a um estágio tão hegemônico que torna
quase todos os mecanismos de acesso à cultura e ao conhecimento historicamente
construído uma modalidade de mercadoria. Fazendo com isso com que para os
sujeitos acessem o conhecimento eles têm de ser antes de tudo um consumidor.
No bojo
desse contexto está o grande crescimento das mídias virtuais, do alcance a
internet via múltiplos aparelhos e a confecção de uma vida social com base
nessas tecnologias. Entre tantas outras coisas esse processo tem produzido um
borramento da fronteira do público e do privado, da intimidade e do social.
Isso é alavanca de uma mudança tão significativa que o fato mesmo da invasão da
privacidade esta sendo substituído, por certa aceitação de expor a privacidade.
Isto é, o próprio sujeito para ser aceito, se valorizar, se afirmar ou mesmo
chamar a atenção faz questão de mostrar sua intimidade virtualmente ou dar luz
a suas sensações e emoções.
Isso
denota uma inversão na lógica de exposição da privacidade, esse movimento
agudiza o problema de quem é mais vulnerável emocionalmente ou tem problema de autoestima
que acaba sofrendo com uma necessidade de exposição que nem sempre é
interessante para qualificar suas relações sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário