domingo, julho 05, 2009

Está provado, não houve o grampo no presidente do STF

Sem encontrar o áudio e sem identificar o responsável pela eventual gravação, a Polícia Federal concluiu a investigação que apurou o suposto grampo no presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes. Sem encontrar áudio de suposta interceptação telefônica de Mendes e o senador Demóstenes Torres (Dem-GO), a PF não deve indiciar ninguém.O resultado oficial deve ser divulgado nos próximos dias.O inquérito sobre o suposto grampo foi instaurado em setembro passado, por pressão do ministro Gilmar Mendes.
Na época, o ministro, indignado com o fato de supostamente estar sendo monitorado, chegou a cobrar uma providência do presidente Lula, que em 24 horas lhe concedeu uma audiência exclusiva para tratar do “grave” caso.Estavam presentes à audiência, o ministro Nelson Jobim e o ministro Tarso Genro. Jobim, aliado das invectivas de Mendes, saiu da reunião reclamando providências do governo do qual faz parte, fazendo eco aos factóides da revista Veja que denunciara o caso dois dias antes.
O ministro Tarso Genro saiu da reunião e tentou dar uma coletiva à imprensa, mas foi monopolizado pelas manifestações duras de Gilmar Mendes cobrando enérgicas providências do Executivo, a quem atribuía leniência nos casos de – segundo ele – “abuso de autoridade policial” no caso Satiagraha. Enquanto Mendes se pronunciava de forma imperativa e excessiva, o ministro Tarso ouvia ao seu lado, calado e de cabeça baixa (foto acima, de 14/07/2008).A revista "Veja" atribuiu a autoria da suposta interceptação ilegal a agentes da Abin que atuaram na Satiagraha. A operação foi conduzida por Protógenes e, em julho do ano passado, prendeu o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.Em março de 2009, Mendes falou sobre a possibilidade de o grampo não ter existido - "se a história não era verdadeira, era extremamente verossímil" - e admitiu "não ter muita certeza" sobre a participação da Abin, conforme entrevista a jornais. Na ocasião, ele pressionou pela saída do então diretor do órgão, Paulo Lacerda, que depois deixou o posto e hoje é adido policial em Portugal.
O episódio mostrou o quanto um factóide fabricado por Veja/Mendes/Jobim podem fazer o governo Lula vergar-se em conciliações que minam a autoridade e a soberania do presidente da República.Hoje, pois, fica provado que de fato estávamos diante de uma mentira industriada com o objetivo de desestabilizar o governo e alimentar uma montante seriada de insatisfações em cadeia que pudessem colocar em xeque o presidente Lula. Tudo em vão, mas que tentaram, tentaram. Até a próxima armação e a subsequente conciliação de Lula.
Fonte: Diário Gauche

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