segunda-feira, agosto 25, 2008

Gaúchinhos de meia-tijela



Eles já estão chegando e já estão cercando o Parque. Cercar, é coisa bem deles!!!

Estes tradicionalistas, são os que tem a "brasilidade e a gauchesa", baseados nos invasores, nos dominadores, nos escravistas, nos exterminadores de Índios, Caboclos, Mestiços e Negros; nos Portugueses e Espanhóis, e se orgulham de ser herança desses.

Apologia ao latifúndio

Estes são aqueles que exaltam a atrasada e raivosa estrutura do latifúndio

Estes que tem como fundamento a propriedade privada da terra, que fazem o aliciamento da cultura e simulam hábitos dos vencidos como seus, para criar uma hegemonia e perpetuar os interesses alheios ao povo.

O Tradicionalismo Guasca

Estrutura do CTG é a estrutura do latifúndio:

- Patrão

- Capataz

- Peão

-Prenda

Esta é a face do latifúndio, preconceituosa, machista e raivosa!!

terça-feira, agosto 19, 2008

Raça, sociologicamente


Para o professor da UFRGS, José Carlos dos Anjos, as cotas raciais reduzem a desigualdade social sofrida pelos negros.


JOSÉ CARLOS DOS ANJOS*


Os espaços de interação que envolvem processos de recrutamento, filtragem e rusgas sociais, estão informados por esquemas geradores de apreciações e expectativas do tipo: "quando o negro não suja na entrada, suja na saída". Conceituar raça do ponto de vista sociológico é levar em conta o peso histórico do efeito agregado de milhares de reconhecimentos cotidianos ligeiros e insustentáveis como esse. Trata-se do efeito histórico de dispositivos objetivos e de disposições subjetivas para repartir e definir o lugar das pessoas tendo como uma das bases de apreciação o fenótipo. O "lugar de negro", esse execrável princípio de partição de populações, se faz evidente porque existe esse substrato material causador de impressões marcantes em disposições subjetivas preparadas para racializar.


Não é porque cientistas dizem que raças não existem que elas passam a não existir socialmente. Historicamente, a não existência de raças precisa ser praticada, imaginada em dispositivos institucionais concretos, tornada presença visível de negros nos espaços mais caros da nação, sob pena de ficarmos condenados à presença visível da insistência de raça.


A entrada nos campos mais especializados de concorrência social como é o caso das profissões liberais, a universidade, os mundos artísticos de elite, estão duplamente interditados aos negros. Em primeiro lugar pelas exigências vinculadas ao direito de entrada, condicionadas pelo peso das heranças (no caso do vestibular, o capital econômico que faculta o acesso a cursinhos, por exemplo).


Em segundo lugar, a cor da pele conforma um habitus racista que se expressa, sobretudo nos momentos de seleção para cargos e funções dos espaços sociais mais institucionalizados. O modo de funcionamento do racismo limita tanto mais as expectativas com relação a candidatos negros quanto mais elevados os níveis de concorrências. Mais ainda do que a ausência de capital econômico, cultural e social, as trajetórias negras carregam uma herança (negativa) que se reproduz continuamente, que é o destino na forma como ele é socialmente construído e incorporado.


Isto é, uma criança negra que não vê nenhum médico negro nas novelas e não tem nenhum parente médico dificilmente poderá desenhar para si um destino de médico. Uma família negra que sabe que um investimento custoso nos níveis iniciais de ensino não irá se reverter em possibilidade de entrada na faculdade para a sua criança dificilmente fará esse investimento por um longo período de tempo. Não se trata apenas, portanto de uma questão de desigualdade na distribuição de renda. Há uma desigualdade na distribuição de expectativas de ascensão social. É essa reorganização nacional da economia das expectativas que está hoje em jogo quando se fala em políticas afirmativas, como as cotas.

* José Carlos dos Anjos é doutor em Antropologia e Professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IFCH/UFRGS).

sexta-feira, agosto 15, 2008

Salvar como

Dissonantes são os acordes de uma canção pálida

Carbonizados são os passos pulados, quem caminha conta história

Em resquícios por vezes, mas conta;

Triste é ter uma memória sem esquecimentos;

É não ter um olvidamento para nos lembrar..

quinta-feira, agosto 14, 2008

Elogio da sombra


Jorge Luis Borges


A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.


terça-feira, agosto 05, 2008

D'Alessandro


Falar antes além de arriscado é difícil, pois não sabemos como será a adaptação com o clube, com os colegas e com a cidade. Por isso o 'se' vai estar tacitamente presente aqui na minha opnião. D"Alessandro é o tipo de jogador que gosto de ver jogar, aquele que justifica a existência do futebol como um esporte que exige criatividade acima de tudo, porém é importante dizer que ele é um jogador dependente. Porque? Se ele criar como queremos o Nilmar deve ficar, alguém tem que provar os vinhos que o argentino servir e esse alguém tem de ser enólogo de qualidade que desfrute de todos os aspectos da obra. D'Alessandro tem um histórico de personalidade, por vezes até exagerada, creio que isso pode fazer bem para o time, até de modo subjetivo, pois percebo o inter muito passivo e submisso perante a injustiças de campo tidas como corriqueiras. Em fim se o time e o técnico criarem boas condições coletivas El Cabezón tem tudo para multiplicar nossas razões de ir ao gigante vermelho.


Yeda! Os professores não terão o aumento previsto em lei

Hoje, com 35 votos favoráveis e dois contrários, a Assembléia Legislativa aprovou o projeto que eleva o salário da governadora Yeda Crusius para R$ 17.347,14. O vice-governador e os secretários estaduais passarão a receber R$ 11.564,76. Não vou discutir a situação vergonhosa que passa o governo do estado e a própria governadora porque tem gente que faz melhor, por isso indico dois blogs muito interessante para quem quer entender o processo político gaúcho, são eles:


http://www.rsurgente.net/

http://www.diariogauche.blogspot.com/

domingo, agosto 03, 2008

Faltam professores de filosofia e sociologia

O diretor de educação básica do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior), Dilvo Ristoff, diz temer que a ausência de professores capacitados para lecionar filosofia e sociologia inviabilize o cumprimento da lei sancionada em junho passado que prevê a inclusão das duas disciplinas no currículo de escolas de ensino médio do país.
De acordo com um estudo feito pela Capes, o Brasil tem, atualmente, 31.118 profissionais atuando como professores de filosofia, sendo que, desse total, apenas 23% têm formação específica. Na sociologia, são 20.339 professores atuantes, sendo 2.499 licenciados (12%).
"Agora teremos que incluir a filosofia e a sociologia no nosso plano emergencial. Estamos, inclusive, revendo os planos orçamentários para 2009. Vamos ter que chamar todas aquelas pessoas que têm uma formação correlata como história, ciência política e a sociologia pura, sem a licenciatura, para atender a lei", diz o diretor.
Ristoff estima que o número de professores de filosofia e sociologia formados por ano deve aumentar 20 vezes, para atender a demanda. No total, serão necessários 107.680 docentes de cada disciplina e, atualmente, formam-se, por ano, 2.884 docentes de filosofia e 3.018 de sociologia.
"Se a gente levar em conta que 50% dos que se formam tendem a exercer outras profissões, a gente chega ao dramático número de 40 vezes mais graduados por ano."
Pela lei, a filosofia e a sociologia deverão passar a integrar os currículos dos três anos do ensino médio em escolas das redes pública e particular --são 24.131 estabelecimentos de ensino médio, no total.

Obs: cursos por vezes discriminados, entretanto importantes para pensarmos o mundo, nossa vida e agora também curso bons para o aclamado 'mercado de trabalho'.

Novo retorno!

Obs: Estou voltando a escrever no blog, dessa vez serão questões mais informais sobre diversos assuntos e também haverá textos de outras pessoas (fonte devidamente citada) e notícias interessantes. Esse é um panfleto do PCB acerca das eleções municipais em Alegrete.
Um abraço a todos.
Gregório

CARTA AOS ALEGRETENSES

“Politicamente, os homens foram sempre as vítimas ingênuas dos outros e deles próprios e serão sempre enquanto não tiverem aprendido a discernir por trás das frases, das declarações e das promessas morais, religiosas, políticas e sociais, os interesses desta ou daquela classe”. Lênin


Eleições 2008 - A arena está montada, os atores estão em cena, tem peça para todos os gostos. Aqui trazemos uma breve avaliação das forças em disputa na cidade de Alegrete.

O PP, partido de históricos defensores da ditadura militar, apresenta Leoni Caldeira/Bolsson. Há tempos (des)governa o município na lógica do assistencialismo, do clientelismo e do patronalismo político. Exerce um forte controle social sobre as camadas mais pobres, através da economia eleitoral, onde os instrumentos mais utilizados são cestas básicas, bolsa família, mutirões de serviços, utilização de cargos de confiança etc. Seu domínio ideológico se dá pela conservação da cultura tradicional do latifúndio (ruralismo arcaico), do qual é sua representação máxima, ou seja, usa da introjeção cultural nos segmentos alienados da população. Exerce forte cooptação nos meios de comunicação através de troca de favores e de lideranças sindicais e comunitárias, sempre disponíveis no mercado político. Sua continuidade no poder representa a manutenção da estagnação econômica, social e política da nossa pobre cidade.

O PSDB/PDT e seus concordes são os representantes genuínos do Governo Yeda, atolado em corrupção e com uma prática fascista de repressão aos movimentos sociais. Representantes do neoliberalismo, juntam-se ao PPS, partido do ex-governador Antonio Brito e de Busato, responsáveis pela maior privatização que o Estado do Rio Grande do Sul sofreu nos últimos tempos, onde foram passados grandes patrimônios públicos para o setor privado, enriquecendo esses políticos. O PDT local serve como sucursal dos interesses das RBS. O cômico desta aliança é o PV, defensor da ecologia, ao lado das forças que, comprometidamente, estão no governo do RS possibilitando a instalação dos desertos verdes. Representam um setor econômico agrícola que, consorciado com o poder do latifúndio local, é especialista em confundir o público com o privado, haja vista, que suas atividades econômicas são subsidiadas ou anistiadas historicamente pelas diferentes esferas de governo. São muito espertos no uso da máquina pública.

PMDB/PT, apoiados pelo “oportunista” PC do B, pelo DEM de ACM Neto e dos “ultradireitistas” Ônix Lorenzoni e Bolsonaro, têm seu objetivo primordial na busca do poder, não para mudar alguma coisa, mas para permitir que suas bases acessem aos cargos do poder local, pois assim podem manter suas definhadas militâncias, ávidas e sedentas por espaços na economia pública. É a tentativa de construir o novo com o conteúdo velho. Se alterar a questão fundiária é pré-requisito para o desenvolvimento local, é bom não esquecer os conceitos do candidato a prefeito desta aliança sobre a questão agrária e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, sua posição é tão reacionária e autoritária como é a de um grande estancieiro. O PT não possui mais “memória”, esqueceu disso ou concorda? As experiências administrativas tanto do candidato quanto de seu partido não os recomendam à administração pública. Sua representação de classe são os agroboys (nova geração de latifundiários), uma classe média falida, porém arrogante e conservadora. O PT é metamorfose da consciência de classe, de defensor do socialismo nos seus primórdios a um dócil administrador do capitalismo neoliberal, aburguesado, traiu a si mesmo e aqueles que sonhavam com a revolução social.

Uma simples alternância de partidos no poder significa trocar seis por meia dúzia, pois ambos propõem a manutenção da estrutura agrária, econômica e social em favor da elite local. Para o povo, nada de substancial significa. A história tem demonstrado isso, sai um, entra outro e o município, com o passar dos anos, definha social e economicamente. Boa parte da população economicamente ativa padece no desemprego estrutural. O que tem restado, principalmente aos jovens, é pegar a estrada e buscar outros lugares.

Mas Alegrete não é só miséria. Se existe a pobreza de uma ampla maioria, é por que também se produz riqueza, que é abocanhada por poucos, uma espécie de colonialismo interno, onde a distribuição da riqueza produzida aqui vai parar nos bolsos da elite conservadora associada ao capital das grandes redes de negócios, e agora, às multinacionais do agronegócio, juntos investem nosso capital em outras praças (imóveis em capitais, praias, turismo e mandar seus filhos para o exterior). O que sobra para os pobres e negros é a violência física agregada à violência verbal histórica a que estão submetidos, portanto, uma combinação de exploração com racismo, isto é luta de classe. Os meios de comunicação locais: rádios, jornais, etc, comprometidos com um ou outro bloco da elite local, fazem parte da divisão dos recursos públicos.

Recusamo-nos, na ação política, a sermos levados ao sabor do vento, nossa identidade é sermos oposição de esquerda a Lula/Ieda/Pillar e/ou seus representantes, ou seja, aos governos que representam os interesses da burguesia e dos latifundiários. Apesar de sabermos que o poder econômico mercantiliza a política institucional, precisamos de um canal de luta para todos que estão indignados com a mesmice, que desacreditam na institucionalidade burguesa e nos partidos tradicionais, que querem manifestar seu protesto, sua rebeldia.

Mesmo com a não concretização da Frente de Esquerda, pois o PSOL se apresentou de forma premeditada e hegemonista, sedento para se consolidar como representante da esquerda institucional no vácuo deixado pelo PT, o PCB optou por participar nas eleições recomendando um voto crítico no advogado e professor Djalmo Santos, que tem colocado sua experiência profissional a serviço dos movimentos sociais, dos pobres e excluídos de nossa cidade. É o único que pode levantar a problemática da reforma agrária, do desemprego, da falta de saúde, de habitação e de uma educação emancipadora, portanto, traz propostas próximas daquilo que conceituamos como Governança Comunista.