terça-feira, fevereiro 09, 2010

Um pingo no ‘i’

Gostaria de expressar por meio desta coluna uma profunda decepção com a imprensa gaúcha por não mencionarem uma opinião sincera com relação ao jogador de futebol chamado Alecsandro, tido como atacante do Internacional. Não vejo narradores/comentaristas de nenhuma emissora de tv transmitir a opinião quase unânime da torcida colorada com relação a este jogador, tanto quanto os vejo mudando de assunto. Alecsandro é um cara que ocupa o espaço de um atacante, porém, não dá conta nem de longe da função.

Foi goleador do Inter em 2009 com quase totalidade de seus gols (exceto contra o Santos) de dentro da área pequena. Por conta de belas assistências de Giuliano, Andrezinho, D´alessandro e Marquinhos. Nas ultimas sete rodadas do campeonato precisávamos de um nove matador, e? Giuliano que vinha embalado tirando doce de criança e dando a Alecsandro foi convocado pra seleção sub-20. D´alessandro tem fôlego até os 10 minutos do segundo tempo, coerentemente é sacado por volta disso.

Andrezinho, Marquinhos e Taison eram usados a exaustão para tentarem dar conta de colocar a bola embaixo das traves para Alecsandro, que na ocasião dizia que a bola não estava chegando até ele, e não o contrário. Já não estávamos mais no início do campeonato, ou seja, os adversários já não eram mais Náutico, Sport nem Santo André, por exemplo, e os times de ponta já estavam apresentando um rendimento de alto nível. Ficamos em segundo lugar tendo o melhor elenco do país na ocasião.

Val Baiano fez mais gols que ele e, pasmem, jogando pelo Barueri (time do interior de SP). Alecsandro fazendo três gols nas ultimas dez rodadas, o Inter era campeão com dois ou três pontos a frente do segundo colocado. Lembro que Fred, atacante do Fluminense nas ultima dez rodadas fez dez gols e tirou o Fluminense da zona de rebaixamento; é um atacante; de um time com dificuldades financeiras sem grandes nomes, o que não é o caso do Inter. E três gols era pedir demais, e o gol só veio na última rodada quando o Inter goleou o Santo André.

O ano virou e Alecsandro continua como referência de área no ataque do Inter, fez um gol comum no grenal, há reportagens dele como herói em todos os jornais. Lembremos que foi um jogo de primeira fase de um regional que não é parâmetro pra um time que tem uma libertadores pela frente, segundo que pegou um Grêmio indefinido em inicio de temporada e que não ganha grenais desde 2001 pelo regional. Leandro Damião é o goleador do Inter no gauchão, nem fardou contra o Avenida, jogo em que novamente Alecsandro não compareceu, isso que jogou o jogo todo apesar dos apelos da torcida, Tayson (autor de um gol) e Giuliano (machucado) foram substituídos.

Final do mês de fevereiro começa a Copa Libertadores, Leandro Damião, Walter, Marquinhos ou Edu correm o risco de não serem escritos, os quatro com qualidades conhecidas, apesar das poucas oportunidades – Damião cabeceia como poucos no Beira-rio – Walter conclui com muita precisão de fora da área e faz a parede muito bem – Marquinhos possui um domínio de bola e um passe extremamente refinados - E Edu que ainda não foi usado como atacante de referência, tem entrado e dado conta pelos flancos. São características que fazem falta a qualquer equipe num jogo de Libertadores. Por outro lado, o preferido de Fossati não consegue dominar uma bola de longa distância, não sabe fazer parede, não conclui de fora da área, não acompanha a linha dos zagueiros ficando impedido mais de duas vezes em cada tempo, no mínimo.

São fatos. Em contrapartida assisto aos outros clubes brasileiros que jogarão a libertadores e seus atacantes de referência – Corinthians com Ronaldo, sem contar Iarley – Cruzeiro com W. paulista, sem contar Kléber – Flamengo com Adriano, sem contar Vagner Love – São Paulo emparelha um pouco com o Inter, com Washington na referência, mas ainda tem o Roger brigando. E o Inter vem com Alecsandro? Parece piada, mas é sério, havia muito tempo que meu time não se enganava tanto com um jogador.

Espero que o primeiro jogo fora de casa na Libertadores deixe evidente para Fossati, Fernando Carvalho e a impressa esportiva gaúcha o que já está desnudado para grande parte do torcedor colorado que acompanha as aberrantes apresentações desse jogador no Beira-Rio desde o ano passado. Quanto a sua carreira, espero que o Inter faça um ótimo negócio e ele consiga outro clube de ponta para exercer seu mershandising e fazer seus gols “feitos”. Só que o tempo não cansa e já está perdendo a graça ver alguém defendê-lo como a um craque que não vê a bola chegar e passa por uma má fase. Não só de entrevistas e roupas descoladas vive um jogador de futebol. Isso não chega a ser um desabafo, é apenas o pingo no ‘ i ’.


Marcos Rigol - biólogo e colorado.

3 comentários:

Arthur Cadó disse...

Onde que eu assino?

Gregório Grisa disse...

faz quase um ano que discutimos isso intensamente, é fogo essa cegueira!

Unknown disse...

me levem para o rubro gaúcho e me deem a 9, e vão para a inferior do beira-rio receber meus beijod e acenos