segunda-feira, março 15, 2010

A partidarização da RBS: o braço ruralista

A comentarista e colunista política da RBS, Ana Amélia Lemos, confirmou hoje o que já era esperado: será candidata ao Senado pelo PP. Segundo anunciou, pretende defender os interesses do agronegócio gaúcho. Ou seja, continuará a fazer o que já fazia como colunista da RBS, sem informar aos seus ouvintes e leitores sua coloração partidária.

Cabe lembrar o que diz o Guia de Ética e Responsabilidade Social da RBS em suas páginas 13 e 14:

“O uso de recursos, do cargo e do nome da empresa para obtenção de vantagens pessoais constitui-se em prática rejeitada pela RBS (…) Por ser incompatível com a atividade-fim do Grupo RBS, a formalização de candidatura eleitoral de profissionais ou colaboradores pressupõe seu afastamento do quadro”.

Ana Amélia se afasta da empresa, após ter descumprido a primeira parte da regra. Praticamente em toda a eleição, algum profissional da RBS faz isso e aproveita a visibilidade oferecida pela empresa para disputar um cargo político. O espírito das duas regras é freqüentemente desrespeitado pela própria empresa. A relação de jornalistas e comunicadores candidatos que saíram ou passaram pela RBS é longa (Antonio Britto, Maria do Carmo, Sérgio Zambiasi e Paulo Borges, para citar alguns dos casos mais conhecidos).

Até confirmar oficialmente sua candidatura, Ana Amélia jamais informou sua filiação partidária a seus ouvintes e leitores. Quando se posicionava, por exemplo, contra a revisão de índices de produtividade no campo, estava expressando uma convicção pessoal, jornalística, legítima de alguém que ocupa um espaço de opinião, ou estava contrabandeando uma posição do PP, partido que tem uma relação umbilical com os interesses dos grandes proprietários de terra e da Farsul?

A RBS tem outro ex-funcionário disputando as eleições deste ano. Trata-se de Afonso Motta, que deixou a vice-presidência institucional do grupo no dia 10 de dezembro de 2009 para concorrer a deputado federal pelo PDT. diretor jurídico da RBS e um dos criadores do Canal Rural, Motta é pecuarista e produtor rural em Alegrete. Segundo o presidente do grupo, Nelson Sirotsky, “ele contribuiu muito para a expansão da rede, participando da compra de jornais, rádios e TVs”.

A direção da RBS, é claro, nega qualquer relação e/ou interesse com as duas candidaturas.

Obs: as escolas do MST são fechadas pelo Estado por serem ideológicas e tudo que a Amélia Lemos falou todos esses ano na RBS não foi ideológico né?

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