quarta-feira, setembro 29, 2010

A vida é pra valer a vida é pra levar...

Era naquela casinha marrom de dois cômodos, a rua sem saneamento básico. Breno brigara com o mestre da obra, Dalva esperando o quinto herdeiro há seis meses, (e o Breno há 4 dias). Dalva tem sua casa e a de dona Ornela pra dar conta, tem que entrar na fila do SUS atrás da ficha da consulta pra caçula, tem que ir à escola do Jeremias, foi chamado da direção e ainda não pode faltar à aula noturna, está se alfabetizando numa classe de EJA, pois quer assinar a carteira de trabalho um dia. Em meio a essa rotina, Breno volta com a noticia da perda do emprego e com o resultado que a mesma provocou. Era melhor ele não ter vindo naquele dia, mas Dalva nem sondou a hipótese de dar queixa. Perguntada sobre sua situação, Dalva observa:
- Devo tudo que tenho à Dona Ornela, que quase sempre me paga em dia, e quando não paga, manda algo pras crianças.

OBS: escrevi e postei esse texto, nesse mesmo blog em novembro de 2006. Mudei o título.

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