segunda-feira, janeiro 23, 2012

Vida virtual


Entendo que o capitalismo contemporâneo chegou a um estágio tão hegemônico que torna quase todos os mecanismos de acesso à cultura e ao conhecimento historicamente construído uma modalidade de mercadoria. Fazendo com isso com que para os sujeitos acessem o conhecimento eles têm de ser antes de tudo um consumidor.
No bojo desse contexto está o grande crescimento das mídias virtuais, do alcance a internet via múltiplos aparelhos e a confecção de uma vida social com base nessas tecnologias. Entre tantas outras coisas esse processo tem produzido um borramento da fronteira do público e do privado, da intimidade e do social. Isso é alavanca de uma mudança tão significativa que o fato mesmo da invasão da privacidade esta sendo substituído, por certa aceitação de expor a privacidade. Isto é, o próprio sujeito para ser aceito, se valorizar, se afirmar ou mesmo chamar a atenção faz questão de mostrar sua intimidade virtualmente ou dar luz a suas sensações e emoções.
Isso denota uma inversão na lógica de exposição da privacidade, esse movimento agudiza o problema de quem é mais vulnerável emocionalmente ou tem problema de autoestima que acaba sofrendo com uma necessidade de exposição que nem sempre é interessante para qualificar suas relações sociais. 

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