sexta-feira, junho 28, 2013

Coisas que chamaram atenção e reflexões sobre a manifestação na praça da matriz de 27/06/13.


O repórter da globo estava caminhando com 5 enormes seguranças. 

Um helicóptero com letreiro parou em cima da praça. 

O texto tinha um tom nacionalista (quase integralista, anti-partido, ufanista, bairrista), que o movimento em geral e até eu aqui no blog tenho criticado. Quem tem como pagar um helicóptero para "se manifestar" ta reclamando do que?  Enfim, liberdade né. Com essa a direita da mais conteúdo para suas contradições e se expõe ao ridículo. Não vi destaque na imprensa sobre a presença desse helicóptero expondo bobagens e provocações no letreiro enquanto a população o repudiava lá de baixo. 

Fica evidente a presença de jovens, muitos menores, encomendados para provocar a polícia e produzir medo nas pessoas com iminentes arrastões organizados. 

Organizar as manifestações no período diurno, talvez pela manhã, seria uma estratégia para coibir que esses grupos ajam e coloquem trabalhador contra trabalhador. Ir para a praça já foi uma tentativa nessa direção. No entanto, fazer durante o dia implica em problemas de organização para nós manifestantes. 

A polícia usou mais a inteligência na distribuição e ocupação de espaço aos arredores ontem, isso ficou visível pela primeira vez. Pode usar muito mais e ser mais eficaz. A polícia errou em criar um funil na praça da matriz e impedir as pessoas de saírem dali. Apesar dos atos ocorridos, muitos outros foram inibidos por essa distribuição mais pensada.  

Quanto mais inteligência for usada menor será a violência, tanto por parte da polícia quanto daqueles que vem pra isso. Esse é um elemento fundamental na desmilitarização das polícias, inteligência. 

A criminalidade filha da grosseira desigualdade social está dando tapa na cara de quem nunca foi tocada por ela, não houve carinho entre o toque e o tapa. Essa transição direta assusta nós que vivemos em espaços ditos não violentos, isso é natural. 

O valor que se dá a vida é aquele que esses meninos recebem (R$) para arriscá-la. Isso mesmo, por alguns trocados, um tênis, uma camiseta, esses jovens arriscam a vida, esse é o valor que eles dão à vida.

Além disso, pode-se sentir o cheiro da pulsão de morte, conceito de Freud para ações que levariam à segregação de tudo o que é vivo, à destruição. O inconsciente de meninos busca a morte pelo contraste com a vida que levam e o que ela os oferece.  

O julgamento moral e penal já é feito há tempos, o que esses tempos estão nos perguntando é quais outros julgamentos teremos capacidade de fazer? 

Esses protestos, que já estão na história, estão exigindo maior elasticidade do nosso repertório interpretativo, sem participar e tendo a imprensa como fonte básica, as chances de uma compreensão aproximadamente plausível é pequena. 

Dentre as inúmeras conquistas em processo uma delas é ver as conversas, as reuniões familiares, os espaços públicos e a internet sendo palco de debates e reflexões menos individuais de auto promoção e mais coletivas e politizantes. 


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