terça-feira, novembro 16, 2010

O resgate

Bem lembram vocês do amigo calavero de Alfredo, aquele que gosta de jogos, de correr riscos e que lhe ganhou uma aposta que valeu o aluguel. Seu nome é Denis, e dessa vez ele é o personagem central da nossa história. Alfredo o conhecera pouco, só de encontros coletivos mediados pelo futebol, pela bebida e tinha por ele uma admiração estranha, apreciava as distinções do rapaz para consigo. Denis, apesar de casado era mulherengo e descuidado.

Em uma das suas escapadas no trajeto para levar a amante para um lugar mais “discreto”, Denis percebeu que precisava sacar dinheiro e então parou o carro na frente do seu banco. Enquanto a amante esperava no carro, Denis já dentro do banco, enxerga sua esposa reconhecendo o automóvel e tomando acento em uma pracinha ao lado da agência. Escondido na parte administrativa no fundo do banco, Denis, ao perceber que sua esposa iria esperar na espreita para pegá-lo, planeja uma saída para a delicada situação. O banco em que ele estava era a algumas quadras da pensão Palco, e então Denis não pensou duas vezes, tramou um plano infalível, qual seja, iria ligar para Alfredo e pedir-lhe para pegar o carro e sair com a amante e depois diria a sua esposa que havia emprestado o automóvel para o amigo se divertir.

Nesse imbróglio já tinham passado quase meia hora, Denis fez a ligação para o amigo, que não sabe dizer não, e que já estava a caminho. No entanto, durante o trajeto de Alfredo da pensão até o banco, a amante, desiludida e indignada com a demora, sai do carro deixando-o aberto e vai embora. A esposa vendo aquela cena se surpreende, sai de sua posição estratégica, se aproxima e entra no carro. Denis, escondido no banco, não acompanha essa mudança de posicionamento.

Eis que Alfredo chega a galope, suado e entra no carro. Detalhe, nosso garoto não conhecia a esposa do amigo espertalhão. Como as chaves haviam ficado no veículo, Alfredo já colocava as mãos nelas e quase finalizando o plano perfeito diz a seguinte frase para a senhora ao seu lado:

- Vamos sair daqui porque o Denis me pediu para pegar o carro, pois a mulher traída dele está vigiando aqui perto.

A resposta foi instantânea:

- oi prazer, mulher traída.

Alfredo corou, não só de vergonha, mas principalmente pelo estralo que a mão da senhora havia provocado no seu rosto.

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