quarta-feira, outubro 15, 2014

Educação superior e as eleições



É consenso que um diploma de curso superior é fator determinante na ocupação de posições sociais prestigiadas. Portadores de tal grau de escolaridade usufruem de oportunidades de emprego e possibilidades de incremento da qualidade de vida significativamente maiores do que aqueles que não concluíram uma graduação ou curso técnico superior.

Constitucionalmente é responsabilidade do Estado garantir o ensino universitário e a formação de quadros profissionais necessários ao desenvolvimento, em países marcados por desigualdades socioeconômicas isso é fundamental. Como esse é um vetor importante no segundo turno, vale a pena fazer algumas comparações.

A União é responsável prioritariamente pela educação superior, os estados pelo nível médio, e municípios pelo ensino fundamental. Alguns estados participam da oferta de ensino superior com suas universidades estaduais, no nosso caso a Uergs foi criada em 2001, na gestão de Olívio Dutra. Essa instituição em 2010 tinha um orçamento de R$ 25 milhões, e em 2014 seu orçamento saltou para R$ 75 milhões. A Uergs tinha 116 professores em 2010, hoje tem 269, teve um aumento de 47% de alunos, concursos públicos foram feitos e se elaborou um plano de carreira atrativo. Isso é um avanço expressivo registrado nos últimos quatro anos.

No cenário nacional, desde 2003 foram criadas 16 novas universidades federais. Nos oito anos de governos do PSDB duas tiveram lei de criação promulgadas em 2002, mas saíram do papel somente mais tarde. Nesses doze últimos anos, foram criados o Prouni, o Reuni, o Enem e o Sisu, siglas que significam muitas coisas na vida dos jovens. Sem falar na conquista das cotas nas instituições federais e da brutal expansão dos Institutos Federais que vem ampliando a interiorização do acesso ao ensino superior no país. O financiamento e a titulação da pós-graduação deram um salto exponencial na última década, o investimento em bolsas de mestrado e doutorado, de intercâmbios e fomentos para pesquisa nunca foram tão expressivos. 

Esses elementos estruturais mostram que o Estado brasileiro ganhou robustez na oferta de educação superior, direito esse que nem sempre foi atendido a contento no Brasil. Por fim, se as diferenças extraídas dessas simples comparações são relevantes para o leitor, a escolha entre os projetos que se apresentam no RS e no Brasil fica facilitada. 

Há muito que se avançar, mas não há espaço para retrocessos. 

Gregório Grisa

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