segunda-feira, março 16, 2015

Impeachment?

O modo mais eficaz de encobrir e garantir a continuidade da corrupção no Brasil seria um impeachment agora. Empreiteiros presos e políticos investigados são novidades de amadurecimento da nova e frágil democracia que temos.
Com a quebra do processo democrático, isto é, um golpe diante da presidente eleita nas urnas, a investigação e punição relativa a qualquer corrupção se tornará foco secundário. Um impeachment seria a melhor coisa para os corruptos, pois se incidiria politicamente sobre um problema que é criminal, que tem de chegar nos corruptores e nos corruptos e, principalmente, reatar os recursos públicos desviados, muitos mais do que encarcerar.
A dificuldade de compreensão desse contexto de muitos que foram à rua dia 15, que por ódio a um partido, mas sobretudo pelo efeito manada, condicionamento linear de que a corrupção seria o grande problema do Brasil, é o espelho da baixa intensidade da democracia brasileira.
Se entendêssemos melhor o funcionamento do Estado, se nossa formação política e nosso conhecimento histórico fossem maior, se nossa participação cotidiana fosse expandida, saberíamos usar a energia de tanta gente para criar demandas qualificadas e concretas.
Como esse não é o caso, corre-se o risco do ridículo, o risco de reeditarmos a copa com camisetas da seleção e bandeiras, com cantos do hino, típicos elementos do nacionalismo que retratam o período ditatorial, que muitos sentem saudade.
Todo movimento amorfo corre o risco de ser capturado pelo oportunismo, de ser cooptado por interesses que não querem expressar, ou vocês acham que o empresário Jorge Paulo Lemann (homem mas rico do país) e a petroleira americana dos irmão Koch (segunda maior empresa dos EUA) estão financiado carros de som e materiais dos protestos de hoje por quê?

Gregório Grisa

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