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Obra de Wilson Tibério |
Nem governo, nem a direita que se expõs na rua dia 16/08. Respeito os que irão às ruas dia 20/08, movimentos sociais populares que questionam o ajuste fiscal, mas que acreditam e defendem o governo em alguma medida.
Apesar de respeitar não me vejo em um ato em defesa de um governo indefensável. Infelizmente a dicotomia anti governo e pró governo é a que ficará no imaginário das pessoas, embora a realidade seja bem mais complexa que esse pensamento binário.
Esse é um momento que demanda estudo das minúcias políticas, das relações de poder estabelecidas e das ideologias em jogo.
Aqueles movimentos com inspiração de esquerda que vão às ruas dia 20/08, como a UNE, o MST, o MTST e outros, não podem cair na armadilha de comemorar o fracasso do golpe, de lutar contra "coxinhas".
A esquerda não pode ter sua agenda circunscrita à defesa da institucionalidade. Essa defesa só é coerente porque a interrupção do mandato de Dilma, injustificada juridicamente até então, levaria, obviamente, a um quadro de retrocesso e não de avanços, tendo em vista o atual congresso e a composição da chapa com Michel Temer.
Os que foram para rua domingo deveriam estar defendendo o governo, pois esse vem aplicando as principais pautas do empresariado conservador. Não o fazem por preconceito de classe, despolitização e ignorância.
O governo vem fazendo de tudo para agradar os setores que foram às ruas dia 16/08 ao invés de enfrentá-los. A tosquice dessas pessoas vestidas de verde e amarelo chama mais atenção do que a razão para o naufrágio do governo, qual seja, adotar o receituário econômico daquele que essa elite queria ter eleito.
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